Com uma projeção única de fotografias em defesa da humanidade e da natureza sobre a fachada da Basília de São Pedro, no Vaticano, terá início em 8 de dezembro o Jubileu da Misericórdia, convocado pelo papa Francisco, informou, nesta sexta-feira, o Vaticano.

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Com esse inédito espetáculo, o papa argentino deseja lançar um convite ao mundo para que todos se comprometam na luta contra o aquecimento global, no momento em que se realiza a conferência mundial sobre o clima em Paris.

“Esse evento quer propor a beleza da Criação, também na ocasião da Conferência do Clima das Nações Unidas (COP21)”, explicou o monsenhor Rino Fisichella, presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização.

O programa do “Jubileu da Misericórdia”, o primeiro da história de caráter temático, foi apresentado, nesta sexta-feira, durante uma coletiva de imprensa com o religioso italiano.

A abertura solene da Porta Santa da Basílica de São Pedro, o rito tradicional que dá início ao ano santo, será celebrado também no dia 8 de dezembro, às 7H30 locais (6H30, no horário de Brasília) pelo papa.

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A cerimônia será transmitida ao vivo a numerosos países e inicia com um ato simbólico: o papa abre e atravessa a Porta Santa seguido por uma procissão de cardeais, bispos e religiosos que desfilarão até a cova de São Pedro para pedir o perdão e a clemência de Deus.

Nesse mesmo dia, serão projetadas sobre a fachada da enorme basílica vaticana até às 17H00 (16H00, no horário de Brasília) as obras de “alguns dos melhores fotógrafos do mundo”, entre eles o brasileiro Sebastião Salgado, explicou Fisichella.

“É um evento inspirado na encíclica do papa ‘Laudato si’, sobre os problemas causados pela mudança climática”, acrescentou.

Francisco, durante o voo que o trouxe de volta da África na segunda-feira, assegurou que apoia plenamente a Conferência de Paris, destacando que é hora da comunidade internacional chegar a um acordo. “É agora ou nunca”, disse.

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Um centro de acolhimento para os peregrinos foi criado em Roma, com um sistema de entradas gratuitas e de emissão de certificados garantidos pelo Vaticano.

Grupos de voluntários, agentes de segurança, guias em sete línguas e publicações especiais para surdos e cegos fazem parte do material que deverá ajudar os fiéis de todo o mundo.

O papa Francisco irá cumprir uma série de gestos concretos para mostrar na prática a solidariedade com os pobres e marginalizados.

“Uma sexta-feira ao mês o papa Francisco cumprirá um gesto de misericórdia”, antecipou Fisichella.

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O pontífice planeja realizar “visitas privadas” a pessoas com problemas, doentes, idosos, além do centro romano de Cáritas que, há anos, distribui almoço para pessoas moradoras de rua da capital.

O Jubileu da Misericórdia será “especial”, reconheceu o monsenhor Octavio Ruiz, um dos organizadores.

“O papa quer que, em todo o mundo, os católicos possam atravessar a Porta Santa. Não é necessário vir a Roma para sentir o chamado da misericórdia, da reconciliação, de querer mudar o mundo. Em todas as catedrais poderão cruzar a Porta Santa para alcançar a indulgência plena”, assegurou à AFP.

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