Nas vitrines e muros de Joinville em 1983, havia cartazes ilustrados por três folhas de papel pautado com notas musicais e, sobre cada umas delas, bailarinos de jazz, balé e danças populares. Mas os desenhos do artista Hamilton Machado não eram o grande foco dos cartazes, e sim as informações sobre o 1º Festival de Dança de Joinville.
Continua depois da publicidade
Vinte e nove anos se passaram e detalhes como os dias, horários e locais de apresentação do Festival já não precisam mais de anúncios pela cidade para chegarem ao público. Por isso, o cartaz lançado nesta quarta-feira, 4 de julho, pelo Instituto Festival de Dança de Joinville para a 30ª edição do Festival de Dança não traz estes dizeres: ele é uma obra em homenagem à dança criado pelo artista Juarez Machado, primo do primeiro responsável pela produção dos cartazes do evento.
– Nós quisemos fechar um ciclo ao pedir a Juarez para fazer o cartaz. No futuro, quando o Festival estiver comemorando 50 anos – até cem, quem sabe – e pesquisarem o passado, as pessoas saberão que houve um cuidado especial na 30ª edição – afirmou o presidente do Instituto Festival de Dança, Ely Diniz, na cerimônia de lançamento.
Esta já é a terceira vez que o festival joinvilense conta com uma obra para o cartaz: em 2010, Ricardo Kolb criou “Dance” e, no ano passado, Moacir Moreira, (Môa), lançou “Movimento”. Hamilton Machado fez os cartazes do primeiro ao quarto Festival e depois essa demanda foi suprida pelas agências responsáveis pela publicidade do evento.
Continua depois da publicidade
– Nos primeiros anos, o objetivo dos cartazes era dar informação, mas agora decidimos fazer com que fosse a obra de artistas da cidade – disse Ely.
A obra de Juarez, intitulado “O Ontem e o Hoje”, tem como fundo o balé do início do século, fruto das pesquisas sobre a reforma do balé moderno protagonizada pelo Bolshoi de Moscou e os espetáculos da época em que bailarinos e coreógrafos trabalhavam com artistas, cenógrafos e figurinistas que marcaram época, como Pablo Picasso, Leon Bakst e Michel Larionov.
Em primeiro plano, em preto-e-branco, dois bailarinos formam uma bicicleta enquanto uma bailarina se posiciona em cima dela.
Continua depois da publicidade
– É a minha coreografia: eles são os bailarinos do Festival de Dança de Joinville e, por isso, a bicicleta não podia ficar de fora da obra – conta ele.
Mil e quinhentas reproduções da obra serão feitas e a original fica no acervo do Instituto Juarez Machado. Das reproduções, mil serão do Instituto Festival de Dança para que 500 sejam autografadas pelo artista e vendidas durante o evento, enquanto as outras sejam presentes para convidados do Festival. O artista fica com 500 reproduções para que ele as comercialize.
– Temos que incentivar as pessoas para que os cartazes deixem de ser apenas reclames e tornem-se peças de coleção – afirmou Juarez.
Continua depois da publicidade