Os anos 1960 ainda estavam batendo na porta quando o jovem Juarez Machado arrumou as malas e partiu de Joinville para o mundo atrás de sua arte. Tinha 18 anos e não parou mais. A exploração do mundo o levou para outros países e o fez fixar residência em Paris, sem deixar de manter ateliês em Joinville, no Rio de Janeiro e por onde mais passar, já que Juarez não tira férias da arte: está em constante produção. É da capital francesa e das viagens pelo mundo que saem o material para a coluna, na qual o artista divide sua visão de mundo com os leitores.
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Com fotos criativas, textos bem-humorados e ilustrações características de sua obra, Juarez apresenta parte do seu dia a dia, opina sobre o mundo e lança sua visão irônica sobre as coisas e pessoas. Ele tem paixão pelas janelas – diz que elas são “como uma espécie de buraco, ou caverna, que vai dar numa enorme biblioteca” – e, por isso, tem sempre uma câmera fotográfica para produzir flagras de momentos que passam despercebidos aos olhos das pessoas comuns, mas que Juarez enxerga com curiosidade poética.
– Eu tinha 19 anos quando conheci Millôr Fernandes, que já era homem feito e artista reconhecido, e perguntei a ele: ‘mestre, como faço para ser um grande artista?’ A resposta dele foi: observe – recorda.
Na manhã de ontem, Juarez passou num estúdio de revelação do Rio de Janeiro e buscou mais de cem fotos produzidas entre o Natal e o Ano-Novo no Brasil. Elas serão a base do trabalho dele nas colunas, além de auxiliar na produção de telas e esculturas.
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– Tenho uma coleção enorme de fotos e vivo com o que chamo de olhar fotográfico e minha câmera mágica que tudo vê. Às vezes, vejo uma imagem que eu sei que dará uma boa legenda, em outras vezes, tenho uma ideia e vou atrás da foto para ela – conta.
É dessa forma natural, como atividade diária, que Juarez produzirá a coluna e a utilizará como mais um canal de expressão. Ele garante que boa parte delas já está adiantada – fruto dos “traumas” que adquiriu de sua experiência nos jornais dos Diários Associados, quando deixava o trabalho para a última hora e não tinha tempo para criar.
– Estou muito feliz de participar e, se puder arrancar gargalhadas ou pelo menos fazê-los sentir algo agradável, ficarei feliz – afirma.
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Se tivesse que usar um crachá informando suas atividades profissionais, Juarez precisaria encontrar um bem grande para incluir as funções: é pintor, escultor, desenhista, mímico, caricaturista, cenógrafo, escritor, fotógrafo, ator e designer. Em 1982, recebeu o título de Cidadão Honorário de Joinville e, oito anos depois, e o presidente da República concedeu-lhe a Ordem do Mérito de Rio Branco.
+ Estilo
A expressão “estilo” lembra jeito de ser, personalidade, tendência. Também está associada a temas como moda, beleza, artes, sociedade, consumo, design e literatura. Esta é a inspiração do nome da nova revista do seu “AN”, que vai oferecer estes assuntos e muito mais a leitoras que ambicionam ter muito mais estilo em seu modo de viver.
Impressa em papel especial, com novas seções, novos colunistas e conteúdos ainda mais relevantes para o seu público-alvo, a nova revista é uma evolução do projeto editorial que começou com o nome de “Anexo D”. A estreia é neste final de semana. Não perca!
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