Velha conhecida da medicina popular e chamada de camapu, juá, balãozinho ou saco de bode a planta Physalis angulata demonstrou em testes clínicos potencial para se tornar uma grande aliada de pessoas com pele sensível ou intolerantes a cosméticos, que podem desenvolver dermatites.

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Em pesquisa realizada pela empresa Chemyunion Química – fabricante de matérias-primas para a indústria cosmética e farmacêutica – o extrato concentrado do vegetal mostrou ação anti-inflamatória equivalente à da hidrocortisona, mas sem os efeitos adversos dessa última.

Enquanto o uso prolongado de corticoides tópicos prejudica a formação de colágeno e torna a pele mais fina e mais resistente, os ativos da planta estimulam a produção dessa proteína e a regeneração celular.

– Mesmo pessoas com pele normal podem se beneficiar do efeito antienvelhecimento do extrato – disse Márcio Antônio Polezel, diretor industrial da Chemyunion.

A P. angulata está presente no Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste brasileiro, mas se concentra principalmente na Amazônia. Há muito tempo é usada em chás e infusões no combate à asma, hepatite, malária, reumatismo e também como diurético e analgésico.

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Os primeiros testes de eficácia e segurança foram feitos in vitro com culturas de células humanas. Em seguida, o efeito dos dois extratos vegetais e da hidrocortisona foi comparado em 33 voluntários.

A P. angulata também é conhecida pelos poderes anti-inflamatórios, antissépticos e desinfetantes, sendo um potente creme para prevenir rugas e estimular as defesas do organismo. Também é conhecida por aliviar dores de garganta e ajudar a diminuir as taxas de colesterol.

– Em geral, ela é usada na forma de chá ou infusão – diz Milena Soares, pesquisadora da Fiocruz.