Um grupo de jovens foi neste domingo à Catedral da Sé, no centro de São Paulo, para limpar as pichações nas paredes da igreja. O local foi tomado por frases pró-aborto após protesto na sexta-feira contra o projeto de lei 5.069/2013, do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A proposta dificulta o acesso ao aborto legal a vítimas de estupro. Ao fim da missa desta manhã, dom Odilo Scherer condenou as pichações.
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Os jovens, de diferentes paróquias, se mobilizaram pelas redes sociais. Com dificuldades para remover completamente a tinta, que se infiltrou nas paredes, eles estão borrando as mensagens pichadas nas paredes. Uma empresa especializada em restauro, de acordo com a Arquidiocese de São Paulo, deve ser contratada na terça-feira.
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A Igreja ainda informou que fotografias e vídeos, enviados pelas redes sociais, foram encaminhadas à Polícia, que investiga o caso. Um boletim de ocorrência foi registrado no 8º Distrito Policial (Brás), mas ainda não há informações sobre a identidade dos responsáveis pelas pichações. A Arquidiocese também pretende acionar a Promotoria de Patrimônio, do Ministério Público Estadual.
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Dom Odilo Scherer, cardeal-arcebispo de São Paulo, lamentou as pichações na catedral depois da missa na manhã deste domingo. Segundo a Arquidiocese, ele disse que a Igreja Católica é contra tudo que agride a dignidade da mulher. Mas afirmou também que se deve lutar pela dignidade da vida não nascida.
Uma das organizadoras do protesto de sexta-feira, a produtora cultural Jaqueline Vasconcellos, disse à reportagem no sábado que a pichação não “representa o pensamento da manifestação” e que o grupo não é contra nenhuma religião. Ela afirmou, porém, entender e se solidarizar com as mulheres que se manifestaram contra a instituição. Acrescentou ainda que a Igreja Católica é um “instrumento do patriarcado”.
* Agência Estado