Dois jovens foram presos em um quarto que servia como laboratório de drogas sintéticas em Florianópolis. A ação aconteceu na segunda-feira à tarde no bairro Lagoinha, norte da Ilha, após investigação de policiais civis da Delegacia de Combate às Drogas (Decod), com apoio de agentes da 5ª Delegacia de Polícia.

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O principal responsável pelo laboratório não foi localizado e está sendo procurado. Conforme a polícia, entre os envolvidos presos está um ex-atleta de classe média. Eles não tiveram os nomes divulgados e a investigação ainda está em andamento.

Os policiais cumpriram dois mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça. Os locais foram um quarto de uma pousada usado pelo grupo e uma casa. Foram apreendidas prensas e cerca de 100 comprimidos de ecstasy, cocaína e reagentes químicos para testar a pureza da droga. Investigadores afirmam que as drogas abasteciam usuários em festas eletrônicas no norte da Ilha.

O que chamou a atenção de policiais e peritos do Instituto Geral de Perícias (IGP) foi o uso de cocaína na produção no lugar do MDMA, o princípio ativo do ecstasy.

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(Foto: Polícia Civil / Divulgação)

— Ficamos surpresos, é um risco muito maior e perigoso a quem consome. Ele não tinha o MDMA e colocava cocaína. Era um laboratório caseiro destinado a fabricar ecstasy que era consumido em baladas eletrônicas em Jurerê e norte da Ilha — disse o delegado da Decod, Attilio Guaspari Filho.

Laboratórios made in SC

Laboratórios caseiros de drogas sintéticas têm se proliferado em Santa Catarina nos últimos anos. A maioria descoberta pela polícia é de produção em pequena ou média escala.

O objetivo é fugir das operações policiais e da fiscalização em aeroportos. São tentativas ainda de não perder o lucro astronômico que esse tipo de negócio desperta no mercado consumidor do litoral catarinense. Com isso, traficantes evitam as viagens ao exterior e o risco das prisões cada vez mais frequentes em aeroportos brasileiros e de outros países.

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Jovens de classe média, universitários e até um químico foram citados à frente do negócio ilícito em “fortalezas” montadas em casas em Florianópolis e Palhoça e num sítio que havia em Imaruí, Sul de SC, conforme apurou o Diário Catarinense em 2015 na série de reportagens Cavalos do Tráfico.