Jovens raptadas reencontram suas famílias

Uma das três americanas mantidas por 10 anos em um cativeiro em Cleveland, Amanda Berry voltou ontem para a casa da irmã, Beth Serrano, a apenas alguns quilômetros do local de onde foi resgatada.

Ela chegou acompanhada pela filha Jocelyn, de 6 anos, nascida no cativeiro.

Segundo o subchefe de polícia de Cleveland, Ed Tomba, Jocelyn “está bem, feliz, com boa saúde e tomou um sorvete ontem à noite”.

A irmã de Amanda, Beth, agradeceu pelo apoio durante o desaparecimento, mas pediu respeito à privacidade da família:

– Nossa família gostaria que respeitassem nossa vida privada para que minha irmã, minha sobrinha e eu mesma possamos ter tempo de nos recuperarmos.

Emocionada, uma prima da jovem afirmou que “é um dia alegre e triste também para Amanda, porque sua mãe não está mais aqui”. Louwana Miller faleceu em 2006, “de sofrimento”, dizem familiares.

Ontem, os policiais encontraram correntes e cordas na casa dos irmãos Castro, que foram interrogados logo depois da libertação das jovens na segunda-feira à noite.

– Temos a confirmação de que elas estavam amarradas e encontramos correntes e cordas no corredor – disse o chefe da polícia local, Michael McGrath, ao canal NBC.

Segundo ele, as reféns eram autorizadas a sair apenas “muito raramente”, sendo soltas no quintal esporadicamente. O chefe de polícia não confirmou as notícias da imprensa de que as jovens teriam engravidado seguidamente.

Amanda Berry, Gina DeJesus, de 23, e Michelle Knight, de 32, foram resgatadas na segunda à noite, depois de passarem dez, 9 e 11 anos presas, respectivamente.

Gina DeJesus também reencontrou a família ontem. Muito emocionada, ela acenou rapidamente para a multidão. Sua tia, Sandra Ruiz, leu uma declaração em que agradecia pelas preces e pelo apoio de todos, ressaltando que “não há palavras suficientes para expressar a alegria que sentimos com o retorno de Gina”.

Michelle Knight, a terceira resgatada, encontra-se em condições de saúde mais instáveis do que as outras, continuando hospitalizada e sem contato com sua família.

Ariel Castro, de 52 anos, suspeito de manter as jovens como reféns, foi indiciado ontem por sequestro e estupro vinculados ao cárcere privado. Seus irmãos, Pedro, de 54 anos e Onil, de 50, também foram detidos, mas não serão indiciados.