Os caminhos dos amigos de pelada André Machado, 22 anos, e Elvis Luiz da Silva, 21, se cruzaram pela última vez na noite de sábado (19), quando as duas motos que pilotavam colidiram. Em sentidos opostos, André ia para a casa de um amigo, enquanto Elvis saía atrás de informações sobre uma festa que haveria naquela noite.

Continua depois da publicidade

Mas os dois chegaram ao mesmo destino, a rua 6 de janeiro, no bairro Paranaguamirim, às 18h30.

Não faziam dez minutos que André saíra de casa quando a notícia do acidente chegou para Roseli Alves Machado, mãe da vítima.

Vestindo preto, a auxiliar de serviços gerais contou que o filho tinha comprado a moto em dezembro de 2013 e que estava ajudando a construir a nova casa para qual se mudariam. Os dois moravam juntos. Roseli descreveu o André como um rapaz extrovertido.

Continua depois da publicidade

– O que ele mais gostava de fazer era jogar pelada na rua com a piazada – explicou.

Segundo Rose, como é chamada por amigos e familiares, seu filho e o amigo já jogaram futebol juntos.

– Elvis já veio aqui em casa e tudo – comentou.

Celso Luiz da Silva, funcionário de uma empresa de saneamento, só recebeu a notícia da morte de seu filho Elvis às 23 horas.

– Estava no trabalho quando aconteceu – contou ele, que sentava na varanda de casa.

Com os ombros encolhidos e as mãos unidas, presas entre os joelhos, Celso ouvia a extrema unção. Luana Bueno, cunhada de Elvis, estava indignada com a falta de informação. A família levou quase 5 horas para saber da morte.

– Ficamos sabendo pelo Facebook. Uma vizinha viu a foto do Elvis e veio falar sobre o acidente.

Continua depois da publicidade

Luana desconhecia inclusive o fato de que Elvis e André eram amigos. Ela sabe que o cunhado tinha uma amigo, conhecido como Andrézinho, que ele morava depois do trilho, perto de onde foi o acidente.

A colisão fez com que André caísse na calçada quase em frente à igreja Assembleia de Deus. A bióloga Tatiane Margraf escutou o estrondo e correu pra rua. Viu um dos rapazes com bastante sangue no rosto, era Elvis, quando seu marido, segurança e formado em primeiros socorros, pediu pra que ela entrasse em casa.

Mas, nesse momento ela avistou André e correu para ajuda-lo. A bióloga também acompanhou Rose numa caminhada de 10 minutos até a casa.

Continua depois da publicidade

– Tinha acabado de chover quando aconteceu – completou Tatiane.

André deixa Manuele Machado, de 3 anos. Cauã Oliveira da Silva, de 4 anos, também não verá mais o pai Elvis.