Uma década separa o ano em que foi redigida a Carta de Santa Catarina para a Educação do nosso atual momento e é necessário fazer uma reflexão. Para isso, vale lembrar que a Carta foi o resultado dos trabalhos desenvolvidos no 1º Seminário Estadual de Educação do Campo e tinha como objetivo sensibilizar os gestores públicos a implantar a educação em áreas rurais, além do mapeamento das demandas específicas do Estado e municípios e da formatação de um banco de dados com experiências locais desenvolvidas pelos governos estadual e municipais, organizações não governamentais e movimentos sociais.

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Desenvolver uma política educacional vinculada ao direito à terra, ao trabalho, à saúde, à cultura, ao lazer, aos valores nos quais prevaleçam a equidade e o respeito às especificidades. Esse é o modelo que nós, oriundos da terra, que plantamos o alimento para a sociedade, sonhamos para os nossos filhos. Gostaríamos que eles permanecessem no campo.

Mas, como segurá-los se o telefone celular não funciona, se a internet não chegou, se a escola está na cidade em vez de estar perto de casa?

Neste ano, a Fetaesc colaborou com a Secretaria Estadual de Educação na revisão da proposta curricular para Santa Catarina, incluindo a Educação no Campo. Vamos continuar propondo mudanças para que nossos jovens possam permanecer ao lado das famílias.

No Estado, são 33 mil propriedades rurais sem sucessão, ou seja, os filhos foram para a cidade. SC se destaca, em nível nacional, pela sua agricultura predominantemente familiar. Vamos valorizar o jovem no campo. Para ajudar nesse contexto, a Organização das Nações Unidas instituiu 2014 como o Ano Internacional da Agricultura Familiar. Que os governantes façam a parte deles. Educação no campo já!

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