Impossível não ter uma opinião sobre os protestos que ocuparam as ruas brasileiras e a timeline do Facebook. Todo mundo está acompanhando de perto os cartazes, a marcha pacífica, os atos de vandalismo, os motivos, os gritos de ordem, a reação da polícia, as fotos dos amigos, as respostas de celebridades nacionais e internacionais.

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A participação massiva dos jovens surpreende uma geração mais velha que acreditava que a juventude tinha se afundado no computador e celular. São pais que pensavam que, depois da ditadura e do Collor, a juventude iria permanecer no conforto de casa. E talvez até eles preferissem isso mesmo. Afinal, protestar é bacana, mas também tem riscos.

Acontece que a vontade de mudança superou o medo dos riscos. Unir-se com outros jovens que querem a mesma coisa que você é o grito da vez.

Os motivos são vários e em cada cidade só multiplicam as razões, mas é só observar um pouco que você vê algo em comum em todos eles: a luta por um Brasil melhor. Pode parecer brega, mas de Norte a Sul as pessoas se envolvem na bandeira nacional e cantam o hino reafirmando um amor – antes adormecido – ao país que nasceram.

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#contraoatomédico

É o primeiro protesto de Alice Medeiros, de 18 anos. Ainda pela manhã, a estudante de Farmácia na UFSC procurava um meio de sair da aula mais cedo e se juntar aos amigos na passeata que aconteceu ontem em Florianópolis. Aliás, depois que acompanhou a organização do evento pelas redes sociais, ela intimou os amigos a participarem também.

– Minha primeira reação foi pensar “aleluia”! Alguma coisa está acontecendo e mudanças virão. Vou ter a oportunidade de participar de uma mudança e, principalmente, deixar algo para meus filhos e netos no futuro – disse animada.

Ela não pôde ir ao protesto na terça, mas acompanhou tudo pelas redes sociais dos amigos. Se perguntar qualquer coisa, ela sabe. Ela contou que foi uma marcha pacífica, sem vandalismos, mas que algumas pessoas que estavam nos prédios tacaram ovos nos manifestantes lá embaixo.

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Os motivos para participar são diversos, mas se Alice fosse abraçar uma causa só seria a saúde:

– Se fosse um protesto meu, eu faria com relação à saúde, principalmente, os hospitais públicos e o tratamento que as pessoas têm recebido lá dentro. Faria também contra o ato médico e a privatização do HU – contou.