O jovem de hoje está mais preocupado com o investimento no primeiro imóvel. A opção de protelar o casamento, deixar de morar com os pais, fazer da propriedade uma futura renda fixa ou o simples fato de encarar a tão sonhada casa própria como o pontapé para a liberdade são alguns argumentos indicados por especialistas para justificar a predominância dos mais jovens entre os compradores de imóveis.
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Um dos dados que reforçam esta tendência foi verificado no Salão do Imóvel, que ocorreu em Florianópolis no ano passado, onde 32% do público era composto por pessoas de 21 a 30 anos.
Com base nesta informação, o corretor de imóveis Armênio Cordeiro Junior, que trabalha na área em Joinville, diz que a procura por este investimento tem sido contínua. Em média, 40% dos interessados que ele atende diariamente estão dentro desta faixa etária.
– Já atendi até meninos de 18 anos fazendo sua primeira aquisição. A maioria deles parece estar preocupada com o futuro e procura certa garantia.
Programas habitacionais incentivam procura
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O presidente do Sindicato da Habitação (Secovi) da Grande Florianópolis, Fernando Willrich, cita os programas habitacionais como outro fator para o fenômeno.
– É uma movimentação que vem acontecendo aos poucos. O sonho da casa própria também é muito forte entre os mais jovens. Além disso, os financiamentos habitacionais facilitam a compra do imóvel assim que eles ingressam no mercado de trabalho.
O gerente regional em exercício da Caixa Econômica Federal em Florianópolis, Adairso Laerte Nienkoetter, explica que pessoas de até 30 anos são a maioria dos clientes de financiamentos de imóveis mais populares.
– Eles estão adquirindo o primeiro imóvel. É um público exigente e que sabe da importância de sua capacidade de compra – avalia Nienkoetter.
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Em busca de independência
O designer gráfico Igor Orzechowski, 27 anos, é um dos jovens que entram nas estatísticas da Caixa.
– Eu queria meu canto, construir minha independência e começar a vida. Tem gente que prefere primeiro comprar um carro, eu quis um imóvel – conta.
Depois de quatro anos morando em São Paulo, ele sentiu que o aluguel era um dinheiro “perdido”.
– Você paga as despesas normais mais o aluguel, e quando vê não conquistou nada – conta.
Igor deu entrada em um apartamento de 50 m² que deve ser entregue no início de 2015. Ele pretende morar nele por um tempo e depois fazer do investimento um capital de giro. Apesar de saber da responsabilidade em assumir as prestações, ele avaliou o momento como propício para a compra, pois ainda pode contar com os pais para contribuir na entrada, além de estar em um emprego mais estável.
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O jovem financiou o imóvel pelo Programa Minha Casa, Minha Vida, que, segundo o corretor Armênio Cordeiro Junior, tem sido a grande porta para esta faixa etária.
– Se a pessoa mostra que pode pagar, não é difícil receber o financiamento habitacional – diz Cordeiro Junior.
A importância da pesquisa
Segundo dados da Caixa Econômica Federal, principal instituição financeira na concessão de crédito habitacional no País, 60% dos financiamentos imobiliários registrados em Santa Catarina em 2013 foram realizados por clientes com menos de 35 anos.
Além dos cuidados essenciais com a parte da documentação, Rafael Severo, da Trend Investimentos Imobiliários, recomenda que o cliente passe um tempo pesquisando os empreendimentos disponíveis no bairro e também avalie as expectativas dentro do contexto de mercado.
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Nienkoetter acredita que esse público mais jovem deve continuar a frente do mercado nos próximos anos, até porque há sempre lançamentos de imóveis com preços acessíveis para atender a este nicho.