Um rapaz de 19 anos foi preso preventivamente na manhã desta sexta-feira (17), em Porto Belo, no Litoral Norte do Estado, suspeito de espalhar ódio contra negros e judeus nas redes sociais. Segundo o delegado Arthur Lopes, ele teria sido recrutado por neonazistas através de jogos online.

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Ainda de acordo com a polícia, o jovem também responde pelo crime de stalking — perseguição — contra uma adolescente no Paraná.

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O suspeito, conforme identificado pela Polícia Civil, procurava, consumia e divulgava conteúdo de ódio a todo momento, além de demonstrar interesse em ataques terroristas. A investigação também apontou que o homem já tinha sido alvo de mandado de busca e apreensão em agosto de 2022, quando foram apreendidos na casa dele equipamentos eletrônicos portáteis.

Com o fim das investigações, a polícia entregou o inquérito à 40ª Promotoria de Justiça de Florianópolis, criada especialmente para encontrar grupos que apoiam o movimento nazista.

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Como ocorre o recrutamento online

O delegado responsável pelo caso, Arthur Lopes, afirmou que o suspeito foi recrutado por neonazistas através do videogame, já que os jogos online permitem com que os participantes se comuniquem por chats.

Ainda de acordo com Lopes, apenas meninos são alvo dos neonazistas. Durante as partidas, os recrutadores faziam piadas racistas, antissemitas, misóginas e homofóbicas. Assim, os demais jogadores são estimulados a elevar a crueldade nos comentários e cria-se a cultura de que, dentro do grupo, falas preconceituosas são normais.

Mais tarde, os recrutados são convidados a fazerem parte de um jogo de “brincar de ser nazista”, em que os jogadores publicam mensagens de ódio contra minorias nas redes sociais. Quanto mais violento e nojento for o comentário, mais quem o fez é valorizado pelos neonazistas.

Histórico do jovem preso em Porto Belo

O suspeito preso nesta sexta-feira já tinha um histórico criminal de violência na escola, de acordo com o delegado, quando era adolescente. Ele também publicava mensagens racistas e antissemitas há anos. O rapaz chegou a agredir uma professora com um soco na boca em sala de aula e não aceitava ser ensinado por um professor negro.

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