Uma operação da Polícia Militar (PM) de Florianópolis, na madrugada desta sexta-feira, resultou na morte de Lucas Ribeiro da Silva, de 18 anos. Ele morreu após ser alvejado pela PM, em um tiroteio que ocorreu na comunidade do Papaquara, no bairro Vargem Grande, norte da Ilha, em Florianópolis. Segundo a PM, que realizava diligências na localidade, Silva e outro homem teriam atirado primeiro contra os policiais, que revidaram e acertaram um dos criminosos. O outro homem que estaria junto de Silva, fugiu. Silva era o principal suspeito de atirar e matar a turista gaúcha Daniela Scotto de Oliveira, de 38 anos, morta na madrugada de Réveillon de 2017 dentro do carro da família após entrarem por engano em uma rua também na comunidade do Papaquara.

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Na ocasião, a investigação apontou que GPS do veículo em que estava Daniela indicara a entrada naquela via, a Braulina da Silva Machado, sem saída, para deixar a localidade em que ela e os familiares haviam entrado por engano. Em depoimento, Silva confessou ser o autor do disparo fatal. Ele relatou ter pensado que se tratava de um veículo de bandidos rivais. À polícia, o então adolescente argumentou que não tinha a intenção de matar a turista.

O delegado Ênio de Oliveira Mattos, titular da Delegacia de Homicídios da Capital, confirma que a morte ocorreu durante uma operação de rotina da PM.

— Foi morto em confronto com a PM, mas não sei detalhes — resumiu Ênio, que não chegou a ir ao Papaquara durante a ocorrência após a morte de Silva.

O jovem, que quando se apresentou à polícia dizendo ser o autor do tiro que matou Daniela era menor de idade, completara 18 anos ainda em 2017. Ele chegou a ficar alguns meses apreendido no sistema socioeducativo, mas foi colocado em liberdade no ano passado. Ele tinha passagens pela polícia por envolvimento com o tráfico de drogas, portes ilegais de munição, arma de fogo e desacato, segundo a PM.

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Com mais esta morte violenta, Florianópolis registra 48 registros dessa natureza nesses poucos mais de 100 dias de 2018, um número menor do que o mesmo período do ano passado, quando já haviam ocorrido mais de 60 mortes violentas. Desse total em 2018, 11 delas foram resultado de mortes em confronto com a PM, quase o mesmo número de pessoas mortas nessa situação em todo ano de 2017, quando foram registrados 15 casos na Capital. Nesse mesmo período, 2017 até abril de 2018, nenhum policial morreu em confronto na Capital.

Mortes violentas na Capital (até 13/4):

Homicídios – 36

Latrocínio – 1

Lesão corporal seguida de morte – 0

Confronto policial – 11

Total: 48

Na época adolescente, Silva só se tornou suspeito dias depois de matar turista

Na época da morte da turista gaúcha, Silva, então menor de idade, havia sido apreendido pela Polícia Militar (PM) por porte de drogas na comunidade um dia depois do assassinato. Naquele momento, após ser ouvido, ele foi liberado. Isso ocorreu, segundo a Polícia Civil, porque o rapaz ainda não era suspeito do homicídio.

Com o avanço das investigações, as equipes concluíram que ele foi o responsável pelo tiro que atingiu Daniela Scotto de Oliveira. Buscas chegaram a ser feitas na casa onde ele morava com a mãe antes de se mudar para o norte da Ilha.

Durante o depoimento prestado na prisão por posse de drogas, ele foi questionado pelos investigadores sobre a morte da turista, mas negou envolvimento, segundo o delegado Eduardo Mattos, na época responsável pelo inquérito. Dias depois, apresentou-se à polícia na presença de um advogado e confessou o crime.

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Crime

Daniela Scotto de Oliveira foi alvejada depois de entrar por engano na comunidade Papaquara, no bairro Vargem Grande, no Norte da Ilha, ao seguir indicações do GPS. A família de Daniela havia se mudado há menos de uma semana para Santa Catarina para fugir da violência no Rio Grande do Sul.

Conforme a Polícia Militar, o marido da vítima relatou que ela chegou a comentar que viu dois homens com bebidas nas mãos e um com uma pistola em punho. Ao dar a volta na Tucson que dirigia, o marido ouviu o estampido de um tiro e Daniela caiu sobre o colo dele.