O eletricista Thiago Machado, de 23 anos, subiu a parte mais alta da Ponte Hercílio Luz no sábado sem ter dificuldades em driblar a vigilância. A atitude arriscada rendeu um boletim de ocorrências na Polícia Civil, o qual o Departamento de Infraestrutura (Deinfra) afirma ter registrado ontem. Isso porque a área está interditada e a entrada sem autorização é considerada invasão.

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O que para Thiago foi um momento de aventura para registrar imagens da Ilha de cima do cartão postal, é considerado uma postura de perigo para o Corpo de Bombeiros. Segundo o comandante do Grupo de Busca e Salvamento (GBS), Bruno Azevedo Lisboa, a subida na torre poderia ter custado a vida do eletricista.

O tenente informa que é comum jovens se aventurarem de forma irresponsável sobre a estrutura, que ontem completou 87 anos e está interditada há mais de 30 anos. São registrados de dois a três ocorrências por ano pelos Bombeiros, mas Lisboa acredita que o número de pessoas que se colocam em perigo na travessia é maior.

Thiago e um amigo, que subiu a torre com ele, demonstraram não perceber o perigo da aparente aventura. O eletricista, que mora no Estreito, diz que desde criança sonhava em ver a cidade de cima da Hercílio Luz. Na terceira vez que subiu as torres, tirou fotos e postou as imagens no Facebook e um vídeo no Youtube. As outras duas vezes que percorreu a ponte sem autorização foram no ano passado.

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O que mais chama a atenção sobre a falta de controle no acesso é que os jovens conseguiram subir na torre tranquilamente. O único segurança, que estava de plantão, só teria percebido os rapazes quando já estavam indo embora.

De acordo com o presidente do Departamento de Infraestrutura (Deinfra), Paulo Meller, o acesso à ponte é proibido. Existem placas que informam a interdição e há vigias contratados. O órgão afirmou que, além de registrar boletim de ocorrência na Polícia Civil, deve entrar com ação na Justiça.

– É uma estrutura que está em obra, os trabalhadores ficam sobre a ponte com equipamentos de prevenção à acidente. Por mais experiência em rapel que tenha, uma pessoa coloca em risco sua segurança, ao escalar a travessia, principalmente por causa da altura – diz Meller.

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O presidente do Deinfra afirmou que a decisão de registrar a invasão em boletim de ocorrência foi para desencorajar outros aventureiros a entrar no espaço interditado.