Uma jovem de 23 anos foi encontrada morta na manhã desta segunda-feira (7) na aldeia indígena de Barro Preto, em Ipuaçu, no Oeste de Santa Catarina. Duas pessoas, entre elas o ex-marido da vítima, foram presas, suspeitas pelo crime.
Continua depois da publicidade
> Receba as principais notícias de Santa Catarina pelo Whatsapp
O caso ocorreu por volta das 9h. Segundo a Polícia Militar a vítima foi encontrada já sem vida e com marcas roxas pelo pescoço, caída em uma estrada rural do município. Ela foi identificada como Graciane Gonçalves Feliciano.
Familiares da mulher teriam dito à equipe que o suspeito era o ex-marido dela e que os dois, na noite anterior, foram vistos bebendo juntos na região. Além disso, testemunhas informaram que o homem teria prometido, por diversas vezes, que iria matar a jovem.
Após colher as informações, a PM foi até a casa do suspeito de 25 anos. No local, outro homem, de 38, que também foi visto com a vítima no dia anterior, foi abordado. Ele tinha lesões pelo corpo, que indicavam uma luta corporal, segundo a polícia.
Continua depois da publicidade
Os dois foram presos e encaminhados à Delegacia de Polícia. A hipótese é que a mulher foi vítima de feminicídio, mas isso só será confirmado ao término das investigações.
Jovem estava separada há um mês
De acordo com a assistente social e coordenadora do Polo Indígena de Entre Rios, Ipuaçu e Abelardo Luz, Osana Gonçalves Mendes, a vítima estava separada do ex-marido a cerca de um mês, conforme informações da mãe. Além disso, ela tinha dois filhos, de 7 e 5 anos.
— A mãe contou que ela saiu no domingo de tarde para ir na casa de uma amiga e não voltou. Até que hoje de manhã foi encontrada morta — relata.
A assistente social diz, ainda, que Graciane era vítima de violência doméstica durante o período que vivia com o suspeito e que chegou a registrar um boletim de ocorrência contra ele.
Continua depois da publicidade
— Nós da saúde índigena temos programação para trabalhar as questões de violência [durante a semana da mulher]. E isso [a morte] dá um baque muito grande. Existem muitos casos de mulheres violentadas que não tem coragem de falar e fazer denúncia. Este assunto ainda é um tabu para muitas — afirma.
O corpo de Graciane foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de São Lourenço do Oeste. Ainda não há informações a respeito do sepultamento da jovem.
Leia também:
SC tem uma mulher assassinada a cada 4 dias em janeiro
Maioria das vítimas de feminicídio em SC não denunciou violência doméstica