Uma ação conjunta entre a Polícia Civil do Rio de Janeiro e a Divisão de Investigações Criminais (DIC) de Itajaí prendeu na manhã desta quarta-feira um homem de 20 anos suspeito de ser um dos líderes de uma quadrilha que atuava na internet cometendo crimes de racismo e pedofilia. Entre as vítimas famosas do grupo estão as atrizes Taís Araújo, Sheron Menezzes e a jornalista Maju Coutinho. É a maior operação contra cyber bulling já feita no país.
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As investigações, que começaram com os ataques a Taís Araújo, em outubro do ano passado, revelaram que todas as ações da quadrilha eram orquestradas por nove pessoas nos estados de Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina _ entre elas o jovem preso temporariamente em Itajaí, que vivia em Navegantes na época em que supostamente cometeu os crimes.
O grupo mantinha uma comunidade fechada no Facebook e um grupo no Whatsapp, e de lá escolhia as vítimas e ordenava as injúrias. A rede que cumpria as ordens tinha 25 mil pessoas em todo o país.
– A maioria usava fakes, ou não usava o nome completo. Quando a ordem era dada, eles emitiam duas, três mil injúrias de uma só vez – diz o delegado Pablo da Costa Sartori, do Rio de Janeiro, que veio a Itajaí para acompanhar a prisão.
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A descoberta do esquema criminoso, chamado de cyber bulling, foi feita através da quebra de sigilo da rede social, com autorização da Justiça. Além dos ataques a celebridades e pessoas comuns, a quadrilha também compartilhava fotos de crianças nuas – o que configura crime de pedofilia.
O jovem catarinense foi preso no momento em que chegava ao trabalho, em um supermercado próximo à Central de Plantão Policial de Itajaí (CPP), onde estava empregado há uma semana. De acordo com o delegado, ele é “uma pessoa comum, humilde” – perfil que se repete entre os líderes da quadrilha.
As investigações revelaram que o grupo não tinha intenção de ganhos pessoais com os ataques:
– O mote era maldade, eles queriam ofender – diz o delegado Sartori.
Os líderes que coordenavam os ataques vão responder por crimes de injúria e preconceito racial, pedofilia e formação de quadrilha. A polícia também segue trabalhando para identificar e punir os outros 25 mil membros do grupo, que deverão responder por injúria.
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O jovem preso em Itajaí está detido na Central de Plantão Policial de Itajaí (CPP) e será levado, no final da tarde, para o Rio de Janeiro.