Douglas Pereira Narciso, de 22 anos, estava trabalhando na construção de uma casa quando ouviu alguém chamando pelo seu nome na rua. Ao atender, foi recebido com cinco tiros. Dois dos disparos atingiram Douglas na cabeça. O rapaz morreu na hora.

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O crime aconteceu em plena luz do dia, na manhã desta terça-feira, na rua Lynx, no bairro Jardim Paraíso, zona Norte de Joinville.

– Não tem explicação, ele estava trabalhando – lamentou o pai da vítima, Ari Sebastião Narciso.

Os familiares disseram que não sabem qual foi a motivação do crime. Segundo um amigo de infância de Douglas, a vítima não tinha envolvimento com drogas. O mesmo amigo contou que um boato no bairro dá conta de que existe uma lista com 30 nomes de pessoas marcadas para morrer.

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Os moradores estão assustados com a onda de homicídios logo no início do ano. Este já é o 10º caso do ano. Desses, pelo menos três ocorreram no bairro.

A Polícia Militar está fazendo buscas aos suspeitos. De acordo com a PM, a maior parte dos crimes é motivada por dívidas com o tráfico ou acerto de contas.

No caso de Douglas, a suspeita é de disputa por ponto de tráfico de drogas. Uma testemunha relatou aos policiais que Douglas tinha envolvimento com o tráfico, porém nunca havia sido preso pelo crime. O assassinato com disparos voltados para a cabeça do suspeito, caracterizam execução.

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Histórico de violência

Quatro homens foram assassinados em Joinville no fim de semana. Confira como foram as ocorrências:

Um homem que saía de carro do posto de gasolina localizado na esquina da avenida Santos Dumont com a rua Tuiuti foi atingido próximo ao semáforo por oito tiros, disparados por dois homens que estavam em uma motocicleta. A vítima, conhecida como Zé Paraná, tinha passagens pela polícia. O crime está sendo investigado.

O número de assassinatos é crescente na cidade. Em 2014, os casos de homicídio bateram recorde com 95 ocorrências, conforme levantamento exclusivo feito por “A Notícia“. No entanto, esse crime chama a atenção até dos policiais por causa da hora e do local escolhidos para a ação.

-Disparar oito tiros em uma avenida de grande movimento e em plena luz do dia não é comum e demonstra a ousadia dos criminosos quando estão dispostos a matar- afirma o aspirante da PM de Joinville Leonardo Tavares Bunn.

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À noite, mais violência. No bairro Jardim Paraíso, zona Norte, dois homens dispararam cinco tiros contra Efrain Josias Trindade, de 19 anos, pouco antes da meia-noite. A vítima estava em frente de casa na rua Áquila, 119, quando os assassinos chegaram atirando de cima de uma moto CG Titan.

Um pouco mais tarde foi a vez da zona Sul. A vítima estava dentro do carro, um Corsa hatch preto, quando recebeu três disparos, um na cabeça, outro no pescoço e outro no peito. O crime aconteceu por volta das 3h40 de domingo na rua Erivelton Martins, 669, no bairro Ulysses Guimarães.

A vítima ainda não foi identificada. De acordo com o Instituto-geral de Perícia (IGP), é um homem com idade aproximada entre 20 e 25 anos, de cor branca, cabelo curto castanho e 1,70 m de altura. No braço direito, tatuagens de “terço” e “diamante com coroa”. No braço esquerdo estava escrito “Cecilia”. Ele vestia bermuda jeans e camiseta amarela.

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A lista de homicídios neste ano em Joinville aumentou para nove no início da noite deste domingo, quando mais um homem foi executado. Segundo a Polícia Militar, Alecsandro Piva, 28 anos, recebeu quatro tiros na rua Dilson Funaro, no Ulysses Guimarães.

Ele estava na via pública, quando dois homens apareceram em uma motocicleta Honda CG Titan preta e efetuaram os disparos. Um dos tiros acertou a cabeça de Piva, que morreu na hora.

Começo de ano assustador

Se o ano de 2014 terminou com um recorde histórico de assassinatos em Joinville (95), com muitos pedidos de autoridades políticas e empresariais da cidade exigindo medidas de segurança pública, o de 2015 começou ainda mais assustador.

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Em apenas 18 dias, foram registradas nove mortes, com todas as vítimas sendo executadas a tiros – duas delas à luz do dia. Nos últimos dois fins de semana, houve sete assassinatos, quatro deles entre sábado e este domingo. As vítimas são homens, com idade entre 20 e 52 anos. Há a possibilidade de haver envolvimento com drogas.

Nesse ritmo, nem dá tempo de a polícia buscar pistas e suspeitos. Se não ocorrer mais nenhuma morte em janeiro, o que é pouco provável, e essa média de nove assassinatos por mês persistir até o fim do ano, 2015 terminará com 108 homicídios. Até agora, ninguém foi preso.