O livro que Ana Paula da Silva, de 25 anos, folheia com cuidado revela uma sutil semelhança com os acontecimentos de sua vida. Fã da saga ?Crepúsculo?, a jovem que foi atingida por um rojão no Réveillon de 2008 para 2009, em Barra Velha, vive agora um novo ?Amanhecer? (livro que encerra a série).
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Apesar de não mudar as consequências da tragédia, a Justiça condenou os três réus acusados de disparar o foguete a quatro anos, quatro meses e 15 dias de prisão em regime semiaberto. Eles ainda podem recorrer.
A notícia foi um misto de surpresa e alívio para a mãe de Ana Paula, Rosali Schünke da Silva, de 49 anos.
– Por um lado, estou contente. Pelo menos alguma justiça foi feita. Se pedir para uma mãe se a condenação foi justa? Nunca irei concordar. Eles acabaram com a vida da minha filha – lamenta.
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Mesmo com todas as dificuldades, a mãe prefere exaltar a evolução da saúde da filha.
– Ela não segurava nem a cabeça, comia por sonda, não tinha movimento nenhum e não falava nada. Hoje, ela fala, mesmo com limitações, movimenta o braço esquerdo e consegue ficar em pé, com ajuda de outra pessoa – comemora.
Tarefas simples, como tomar banho, se vestir, comer e dormir, são acompanhadas de perto pela mãe e o irmão Andreas Daniel da Silva, de 28 anos, considerado pela própria Ana como seu “anjo da guarda”.
Com o auxílio do irmão, a jovem consegue ler, assistir a filmes e acessar a internet, onde tem uma página no Facebook. O tempo que passa se divertindo precisa ser dividido com tratamentos. Ela segue fazendo sessões de fisioterapia, fonoaudiologia, além de tomar medicamentos.
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Em 2010, Ana viajou para Belo Horizonte, onde ficou internada no Hospital Sarah Kubitschek. Ela apresentou melhoras, porém, a esperança da mãe é de que a ciência descubra a cura para problemas como os da Ana.
– Hoje, as pesquisas científicas estão evoluindo. Nossa preocupação é mantê-la saudável. Ela não tem nenhuma deformidade ou encurtamento dos membros. Temos que preservá-la e, de repente, pode aparecer um tratamento que possa ajudar mais do que a gente está fazendo – observou.
Na época do acidente, Ana Paula cursava o primeiro semestre de pedagogia, curso que ficou pelo caminho assim como outros sonhos. O novo rumo da vida de Ana também mudou o maior desejo:
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– Voltar a andar. Esse é o meu sonho – diz.
A mãe acredita que esse dia chegará.
– Não sabemos quanto tempo vai demorar, mas temos fé – afirmou.