José Sady Silva de Oliveira Filho está há mais de 30 anos no mesmo emprego. E ele nem pensa em largar a “firma”. Desde 1978, é vocalista de um dos mais bem-sucedidos empreendimentos musicais de Santa Catarina, a Pop Band. Quem, em Joinville, nunca dançou ao som das suas músicas?

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Sady, aos 49 anos, é um dos poucos músicos de Joinville que consegue viver só da atividade. A Pop Band é a banda de bailes número um da região Norte e emprega 18 pessoas. Enquanto o Ministério da Educação fica de cabelo em pé com o número de faculdades que surgem a cada ano, a Pop Band comemora.

– Não para de abrir faculdades na região e isso é ótimo para a banda, já que os bailes de formatura são nosso grande filão – diz o cantor das multidões.

Gaúcho de São Leopoldo, Sady conheceu em Porto Alegre um músico que tocava na Pop Band. Ele convidou Sady para mudar-se para Joinville e participar do grupo que existe desde 1968.

– Eu cheguei aqui e fui direto para o ensaio, já que tinha uma apresentação naquele mesmo dia. Como conhecia quase todas as músicas, foi um show tranquilo – lembra.

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Como os shows da Pop Band costumam ter mais de quatro horas de duração, uma das últimas coisas que Sady faz quando está em casa é ouvir música. Ele passa bastante tempo na internet, às vezes pescando novas canções para o repertório, que sempre está sujeito à sazonalidade das rádios.

– Uma banda de baile tem que tocar de tudo – e muita coisa que eu não gosto. Mas se o povo quer ouvir agora sertanejo universitário e esses ?risca-facas?, temos que tocar também – diz o fã de Bee Gees e George Benson.

No palco, ele incorpora o figurino de vários cantores, como Sinatra e Tim Maia. Também já representou personagens como Xuxa e a saudosa Tiazinha (Sady usava até os espartilhos).Certa vez, em um baile no Paraná, ele se vestiu de Tiririca para cantar a impagável “Florentina de Jesus”.

– Teve um senhor que encasquetou que eu era mesmo o Tiririca. Não tinha jeito de convencer ele do contrário. Queria foto, autógrafo, abraço – conta o músico.

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Pai de três filhos, Sady já tem um herdeiro musical. O filho Fernando Socrates, que desde bebê viajava no ônibus da Pop Band, hoje é o baterista do grupo. O mais novo, de seis anos, tem grandes chances de também acabar batendo cartão na “firma” do pai.

– Ele já está fuçando nos instrumentos. Vai ser músico – sorri Sady.