Guido Mantega é preso na Operação Lava-Jato

O Ministério Público Federal afirma que foi identificado repasse de mais de R$ 6 milhões pelo Consórcio Integra Ofsshore (Mendes Jr e OSX) com base em contrato ideologicamente falso firmado em 2013 com a Tecna/Isolux.

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“Conforme prova testemunhal e documental, o valor foi transferido no interesse de José Dirceu e de pessoas a ele relacionadas”, informa a força-tarefa da Lava Jato.

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O dinheiro foi repassado do grupo Tecna/Isolux para a Credencial Construtora, empresa de fachada – cujos donos estão presos – utilizada em outros negócios pelo ex-ministro-chefe da Casa Civil para o recebimento de propinas. A Credencial recebeu da Tecna/Isolux R$ 10 milhões no período.

“Também foram identificados, entre março de 2013 e junho de 2014, repasses de mais de R$ 6 milhões da Mendes Júnior a empresas ligadas a um executivo do grupo Tecna/Isolux.”

Mantega é acusado de atuar diretamente para cobrar propinas do consórcio, que em 26 de julho de 2012 assinou com a Petrobras contrato no valor de US$ 922 milhões, para a construção das plataformas P-67 e P-70.

“As consorciadas, que não detinham tradição no mercado específico de construção e integração de plataformas, viabilizaram a contratação pela estatal mediante o repasse de valores a pessoas ligadas a agentes públicos e políticos”, informou a Procuradoria.

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Marqueteiro

Segundo a Polícia Federal, durante as investigações verificou-se que no ano de 2012 Mantega “teria atuado diretamente” para negociar com a OSX repasse de recursos para pagamentos de dívidas de campanha do PT. Os valores tinha como destino Santana.

O ex-presidente do Conselho de Administração da OSX Eike Batista prestou depoimento ao MPF e declarou que, em 1º de novembro de 2012, recebeu pedido de Mantega que era ministro e presidente do Conselho de Administração da Petrobras, na ocasião, para que fizesse um pagamento de R$ 5 milhões “no interesse do Partido dos Trabalhadores (PT)”.

“Para operacionalizar o repasse da quantia, o executivo da OSX foi procurado e firmou contrato ideologicamente falso com empresa ligada a publicitários já denunciados na Operação Lava-Jato por disponibilizarem seus serviços para a lavagem de dinheiro oriundo de crimes.”

Em dezembro de 2012, uma primeira tentativa de repasse a Santana foi frustrada, sendo efetivada uma transferência só em 19 de abril de 2013 de US$ 2,35 milhões, no exterior, entre contas de Eike Batista e do marqueteiro do PT.

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