O jornalista mais famoso do México, Jorge Ramos, âncora da emissora americana Univisión, foi detido junto com sua equipe dentro do Palácio de Miraflores, sede do governo venezuelano, nesta segunda-feira (25).
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Ramos, que também é cidadão norte-americano, é conhecido por defender a causa dos imigrantes nos EUA e já bateu boca mais de uma vez com o presidente norte-americano Donald Trump.
Também realizou várias entrevistas incômodas com Hugo Chávez (1954-2013), ao longo de seu mandato.
Segundo a Univisión, cujas transmissões são em espanhol, Ramos teria sido convidado por Maduro a ir a Caracas para uma entrevista, porém, ao ter se referido ao líder como "ditador", as portas se fecharam.
A entrevista foi interrompida e o material e celulares dos seis jornalistas e assessores que acompanhavam Ramos foram confiscados.
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A emissora diz que o ministro da Comunicação, Jorge Rodriguez, havia dito que a equipe já tinha saído do palácio a caminho do hotel, porém, horas depois, nenhum dos integrantes da equipe pôde ser localizado pela emissora.
Nas redes sociais, o diretor para as Américas do Human Rights Watch, José Miguel Vivanco, e o senador republicano Marco Rubio lançaram posts nas redes sociais pedindo a liberação de Ramos.
No Twitter, a emissora publicou um vídeo que mostra venezuelanos andando atrás de um caminhão de lixo para pegar restos de alimentos e comê-los em frente às câmeras. O âncora Jorge Ramos teria mostrado as imagens a Maduro – que se irritou e decidiu pôr fim à entrevista.
O ministro de informação da Venezuela, Jorge Rodriguez, escreveu em uma rede social que o governo havia recebido centenas de jornalistas em Miraflores mas que "shows baratos" não eram aceitos.
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A Univisión também publicou a única foto que obteve do encontro, no jardim do palácio, que mostra o ditador e o jornalista.
A equipe foi libertada após cerca de duas horas, mas o equipamento e a gravação da entrevista não foram devolvidos aos jornalistas.