Diante do desafio de França x Alemanha, nesta sexta-feira, falei com jornalistas esportivos alemães e pedi que fizessem uma análise do time de Joachim Löw. Perguntei o que meus compatriotas podem fazer para passar pelos franceses e se há uma pressão sobre essa geração, que apesar de talentosa, ainda não ganhou títulos importantes. Confira as respostas:
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1. O que a Alemanha pode fazer para vencer a França?
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Matthias Bolhöfer, editor do sport.de/RTL
O time precisa recuperar o jogo envolvente e a criatividade da partida contra Portugal. Também temos que reduzir os erros, que aumentaram nos últimos jogos.Precisamos de um nome forte na defesa, um meio-campo forte defensivamente e muita movimentação no ataque. Mas Schürrle não precisa começar jogando, há também a opção de iniciar com Podolski. Com a qualidade de um time assim, eles podem superar a França facilmente.
Oliver Hartmann, chefe de reportagem e do departamento editorial da revista Kicker, em Berlim:
Eles têm que melhorar muito a performance se comparada ao que mostraram até aqui. Na minha opinião, Löw tem que mudar a posição de Lahm. Ele tem que voltar à posição original, na lateral direita, o que dá mais estabilidade ao time. Assim, Khedira e Schweinsteiger jogariam no meio-campo. A equipe tem que voltar à forma de antes da Copa do Mundo. Os últimos jogos foram decepcionantes.
Jens Mende, jornalista da “Deutsche Presse-Agentur GmbH” (agência de notícias alemã):
Eles só conseguirão vencer se melhorarem sua performance, com mais velocidade e criando superioridade ofensiva. O time precisa de mais jogadores ofensivos para gerar mais chances de gol.
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Hendrik Buchheister, editor do SPIEGEL ONLINE GmbH:
Primeiramente, a seleção alemã tem de melhorar defensivamente em relação ao jogo da Argélia, quando o goleiro Manuel Neuer teve de sair da área algumas vezes para salvar a equipe. Contra Karim Benzema, a defesa não pode estar tão fragilizada. No ataque, tudo depende de Mesut Özil e Mario Götze. Eles precisam estar em melhores condições. A França é, definitivamente, o adversário mais forte da Alemanha até aqui. Mas acredito que o time alemão já superou o fraco ogo contra a Argélia.
2. Essa geração alemã é conhecida pela qualidade dos jogadores, mas ainda não conquistou um grande título. Eles estão pressionados? Podem perder o controle emocional por conta disso?
Matthias Bolhöfer, editor do sport.de/RTL
Acho que não. São todos profissionais. Eles pensam jogo a jogo. Têm condições de conquistar o título, e mesmo que a pressão esteja lá, os jogadores devem ser capazes de lidar com ela. Se não conseguem, não estão prontos para ganhar. Acho que os jogadores estão bem, estão sentindo menos pressão.
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Oliver Hartmann, chefe de reportagem e do departamento editorial da revista Kicker, em Berlim:
Não acho que vão perder o controle emocional. É normal que eles estejam pressionados, já que é a última oportunidade para alguns jogadores, como Klose, Schweinsteiger e Lahm, pra vencer a Copa do Mundo. A pressão está lá. A equipe tem alta qualidade individual. Perdeu alguns jogadores, como Marco Reus, o que é ruim, mas o time ainda tem qualidade suficiente para conquistar o título. Acredito que vão ganhar diante da França.
Jens Mende, jornalista da “Deutsche Presse-Agentur GmbH” (agência de notícias alemã):
Acredito que sim, que há um fardo a carregar. Especialmente para o técnico, que tem de tomar as decisões corretas. Nada menor do que o título vale para o país, e agora é o momento de mostrar a qualidade do treinador. É também a última oportunidade para alguns jogadores como Klose, Schweinsteiger, Lahm e Mertesacker. É por isso que há muita pressão.
Hendrik Buchheister, editor do SPIEGEL ONLINE GmbH:
Não acredito que a seleção alemã vá perder os nervos. A maioria dos jogadores é experiente, já jogou em algumas Copas do Mundo e Euros. Com seus clubes, como Bayern, Borussia Dortmund, Arsenal e Real Madrid, tiveram sucesso internacional. Mas a pressão é tremenda, especialmente para o técnico Joachim Löw. Não há dúvida de que a equipe joga de forma mais atrativa do que jogava com seu anteessor. Mas até agora, não foi suficiente para um título. Os torcedores alemães querem algo concreto e não os insucessos seguidos em semifinais, como nas Copas de 2006 e 2010, e na Euro 2012.
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