O jornalista francês Romeo Langlois, libertado na quarta-feira pela guerrilha das Farc na Colômbia após um mês de cativeiro, chegou nesta sexta-feira a Paris proveniente de Bogotá. Antes de deixar o avião, ele abraçou seus pais. Foi recebido depois pela ministra da Cultura e da Comunicação, Aurélie Filippetti, que representou o presidente François Hollande, e pelo ministro do Desenvolvimento, Pascal Canfin.
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Langlois foi capturado na Colômbia no dia 28 de abril durante um ataque contra um grupo de militares que ele acompanhava para filmar uma operação de combate às drogas. Quatro militares morreram no ataque.
O francês, que foi ferido em um braço ao ser capturado, foi entregue a uma missão humanitária na quarta-feira pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) na região de Caquetá (sul).
O jornalista havia anunciado em Bogotá, antes de partir para a França, que a guerrilha entregou a ele uma carta destinada ao presidente francês.
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Na carta a guerrilha faz um apelo aos “países amigos”, principalmente da Europa, para que ajudem na busca de uma solução negociada para o conflito interno de quase meio século na Colômbia.
– A guerrilha quer que muitos países possam contribuir, principalmente os europeus. Quer que outros países participem porque acredita que apenas entre colombianos vai ser difícil – ressaltou Langlois.
Na carta, o grupo também pede desculpas públicas por tê-lo classificado como “prisioneiro de guerra”.
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– É a primeira vez que pedem desculpas e é muito importante deixar claro que a imprensa não é inimiga – explicou Langlois, ao pedir a seus colegas que “cubram este conflito que está cada vez mais esquecido”.
Para este jornalista que trabalhou durante cerca de 10 anos na Colômbia na cobertura do conflito interno, o que ele sofreu faz parte dos “riscos profissionais”. Langlois defendeu sua decisão de usar um colete à prova de balas e um capacete fornecido pelo Exército, o que levou, em um primeiro momento, a guerrilha a considerá-lo “prisioneiro de guerra” por vestir uniforme militar.
– Pensei muito nisso, não foi uma decisão insana. As balas, quando chegam, não sabem se você é civil ou não – afirmou.
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Além disso, Langlois descartou qualquer responsabilidade dos militares no ocorrido.
– Apoio totalmente o Exército colombiano. De forma alguma é responsável pelo que aconteceu comigo – frisou.