No norte de Israel, no ardor da guerra, um serviço de tele-pizza pronto para matar a fome. Histórias curiosas como essa, recheadas com bastidores de coberturas internacionais, são os ingredientes de Guerras e Tormentas – Diário de um Correspondente Internacional.

Continua depois da publicidade

O livro escrito pelo repórter multimídia do Grupo RBS, Rodrigo Lopes, foi lançado nesta quinta-feira (25) com sessão de autógrafos na 14ª Jornada Nacional de Literatura, em Passo Fundo, no norte do Estado.

Com 320 páginas, a obra integra a série de jornalismo literário Front e Verso, da editora BesouroBox. O jornalista de 32 anos levou seis meses para escrever o livro e, na seleção do conteúdo, revela ter revivido momentos inesquecíveis da carreira profissional por meio de reportagens de jornal, blog, vídeos e fotos.

– Busco desmistificar a figura do correspondente de guerra e mostrar os dilemas, medos e desafios do dia a dia no front – revela Lopes, que é colunista de Mundo de Zero Hora, comentarista de notícias internacionais da Rádio Gaúcha e repórter multimídia do Grupo RBS.

Continua depois da publicidade

Além da descrição de bastidores das reportagens, o jornalista revela detalhes inéditos da cobertura e faz reflexões sobre a rotina de um correspondente em situações de tensão, ansiedade e pressão em meio ao dilema entre trabalho ininterrupto e a luta pela própria sobrevivência.

– A emoção faz parte da reportagem e o objetivo foi contextualizar e refletir sobre fatos históricos – afirma o jornalista.

Entre os relatos apresentado pelo jornalista estão a catástrofe do furacão Katrina, que inundou New Orleans, no sul dos Estados Unidos, o terremoto no Haiti, que vitimou 200 mil pessoas, a posse do presidente Barack Obama, a morte do papa João Paulo II e a cobertura de guerras no Líbano, em 2006, e na Líbia, em 2011.

Continua depois da publicidade

Durante a cobertura do resgate dos 33 mineiros no Chile, Lopes conta que a temperatura chegava a 40 graus durante o dia e desabava para 5 graus negativos à noite. Em meio à intensa variação térmica, a sola de sua bota descolou. Ao invés de lamentação, orgulho em gastar o sapato trabalhando.

– Gosto de pisar no barro e creio que o jornalismo precisa ser feito dessa forma – revela.

O livro, que não tem fotos para estimular a imaginação de cada leitor na construção dos ambientes relatados, também registra a façanha do enviado especial do Grupo RBS ao acessar a embaixada brasileira em Honduras e conversar com exclusividade com o ex-presidente daquele país, Manuel Zelaya.

Continua depois da publicidade

Para Rodrigo Lopes, a cobertura mais difícil como correspondente internacional foi a do terremoto que dizimou o Haiti. Mas a preferida é a da guerra na Líbia, onde, curiosamente, o jornalista viveu um dos momentos mais tensos da carreira: ficou no meio do fogo cruzado entre os guerrilheiros. E gostou.

– Meu sonho de guri era ser correspondente de guerra. Foi o auge para mim – resume.