A discussão é centenária e o significado do nome Itajaí continua atraindo defensores de uma ou outra ideia. Prova disso é o lançamento nesta terça-feira do livro A Lenda do Monte Tayó, do jornalista Hélio Floriano dos Santos _ o Magru.

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A obra, que integra a programação de reabertura da Casa da Cultura Dide Brandão, traz uma nova tese para explicar a origem da palavra. De acordo com o texto, a tradução mais correta de Itajaí é pedra brilhante, relacionando a expressão diretamente à atividade de mineração no Monte Tayó. A região se localizaria próxima de onde hoje é o Brilhante, na zona rural da cidade. Mesmo indicando que as evidências históricas apontam para este significado, o livro não encerra por completo a questão. O autor deixa claro, nas próprias palavras escritas, que as incertezas e dúvidas não se esgotam com a tese do Monte Tayó. Mas, afinal, qual a razão de tantas indefinições sobre o termo Itajaí?

Para o professor, historiador e atual secretário de Educação da cidade, Edison D´Ávila, a resposta é simples: o problema está em ouvir.

_ A ideia mais aceita é que Itajaí deriva do tupi-guarani falado pelos índios. Ocorre que essa língua era apenas falada, e não escrita. Então ela foi escrita depois por colonizadores, segundo o que eles ouviam dos nativos. O fato de somente ouvir para transcrever gerou dezenas de grafias para Itajaí ao longo dos séculos _ observa.

Duas interpretações são as mais comuns para explicar o nome Itajaí. A primeira é do rio que corre sobre as pedras e a segunda é rio dos taiás (uma planta comestível da região), ambas fazendo referência ao Rio Itajaí, que margeia a cidade. D´Ávila lembra que o assunto é debatido desde Marcos Konder, o primeiro historiador do município. Ele comenta ainda que todas as explicações acabam se tornando possíveis, diante da impossibilidade de qualquer pessoa ouvir diretamente a fonte original, os índios tupis-guaranis.

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_ Como não conseguimos ouvi-los novamente, vamos ter sempre essa grande dúvida. Colaborei com o Magru e somos grandes amigos há muito tempo, mas ainda não vi o livro pronto. Estou muito curioso para ler e conhecer melhor essa tese dele _ diz o professor.