Uma jornalista holandesa detida na Turquia quando cobria o conflito entre o exército turco e os rebeldes curdos no sudeste do país vai ser expulsa, anunciou nesta quarta-feira seu advogado.
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“Fomos informados de que ela é alvo de uma medida administrativa de expulsão, porém não temos nenhuma explicação sobre as razões para semelhante decisão”, disse à AFP um de seus advogados, Ramazan Ay, que já anunciou que irá recorrer da decisão.
Instalada desde 2006 na Turquia, Frederike Geerdink foi detida no sábado quando se encontrava com membros do Partido pela Democracia dos Povos (HDP, pró-curdos), na província de Hakkari.
Segundo seu advogado, a jornalista foi posta em liberdade na terça-feira e desde então está detida no serviço de estrangeiros da polícia local à espera de sua expulsão.
Uma fonte turca declarou à AFP que Geerdink não foi detida por “suas atividades como jornalista, e sim porque entrou sem permissão em uma zona que requer autorização, o que constitui uma violação da segurança”.
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A jornalista, especialista sobre o conflito curdo, e residente em Diyarbakir desde 2012, onde colabora com veículos holandeses e estrangeiros, já foi detida durante alguns dias de janeiro por “propaganda terrorista” em benefício aos rebeldes do partido dos trabalhadores do Curdistão (PKK).
O sudoeste da Turquia, onde há uma maioria curda, permanece em estado de guerra. Cerca de 20% dos 76 milhões de turcos é de origem curda e vive principalmente nesta região do país.
Desde o fim de julho foram retomados violentos conflitos entre as forças de segurança turcas e o PKK.
No domingo e na terça-feira duas emboscadas curdas causaram a morte de 30 soldados e policiais turcos.
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* AFP