Nova Trento: uma trajetória de 121 anos marcada pela superação e desafios. Nas mãos bagagens pequenas e no coração a esperança de refazer a vida com melhores condições. Este sentimento fez milhares de pessoas cruzar o Oceano Atlântico e chegar ao Brasil. Entre elas, os futuros neotrentinos.
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Os primeiros imigrantes trentino-italianos, vindos da região Norte da Itália, começaram a se instalar no município a partir de 1875. As promessas de terras propícias para o cultivo, moradia e trabalho remunerado não ocorreu. Aqui restou apenas a opção de sobreviver, pois voltar a Itália era praticamente impossível por causa dos custos altos e a da viagem perigosa. Da fé surgiu a força para o trabalho e a base da nova comunidade.
Enxada, machado e facão foram as ferramentas fundamentais para a construção da “Nova Trento”. Estradas foram abertas, a madeira foi usada para a construção de casas e capelas, a terra passou a receber cuidados com o intuito de se tornar produtiva. Nesta nova etapa, destaque para o fervor das famílias que continuaram a praticar os hábitos da Igreja Católica, seguidos na sua terra natal.
O ciclo família, trabalho e fé consolidou a rotina dos novos habitantes, entre eles, a família de Amábile Lúcia Visentainer, a Santa Paulina, que mais tarde viria a realizar o importante trabalho social, a criação da Congregação da Imaculada Conceição e a construção do Hospital Imaculada Conceição.
Além dos trentinos-italianos, alemães, poloneses e outras etnias passaram a ocupar o território. Os esforços em prol da sobrevivência deram resultados e em 17 anos o comércio havia se desenvolvido e moinhos, engenhos e atafonas produziam farinha de milho, mandioca e o açúcar. Serrarias, uma fábrica de sede das irmãzinhas da Imaculada Conceição e a fábrica de tecidos Renaux também impulsionaram a economia.
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Nova Trento tornou-se município em oito de agosto de 1892, após ser desmembrado de Tijucas, por meio da Lei Provincial, n° 36, assinada pelo presidente da província Tenente Joaquim Machado. De lá para cá, os moradores mantiveram vivas as tradições, a gastronomia, o dialeto, a fé e as memórias dos antepassados. Ideais reforçados com a realização da festa Incanto Trentino.
Atualmente a cidade tem mais de 12 mil habitantes e recebe cerca de 70 mil turistas por mês no Santuário Santa Paulina. A economia deixou de ser apenas rural e passa por um processo de diversificação. A cidade se reinventa também com a chegada de novos moradores, que buscam uma oportunidade melhor.
Em 2013, a cidade está mais agitada: os carros se tornaram muitos, as casas contam com arquitetura invejável, as escolas e postos de saúde atendem a população que reside no interior e na região central da cidade e mais de 30 capelas foram construídas, em meio a uma natureza exuberante.
Falar de Nova Trento é lembrar da centenária Banda Padre Sabbatini, dos bons vinhos, do turismo religioso, dos jogos de bocha e mora, da polenta na mesa das famílias, das conversas em dialeto, nas praças e em estabelecimentos públicos e principalmente do foco no trabalho. Estes 121 anos são lembrados com muito orgulho pelos que aqui nasceram ou adotaram a cidade para morar.
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