O julgamento de um correspondente da Radio France International (RFI), detido desde o ano passado no Camarões e acusado de não colaborar com as autoridades sobre o grupo extremista nigeriano Boko Haram, começou nesta quarta-feira em Yaoundé, de acordo com um correspondente da AFP.

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No sábado, o presidente da RFI “implorou” Yaoundé a “acabar com o pesadelo” do jornalista Ahmed Abba, correspondente da RFI em língua haussa em Maroua, capital do extremo norte de Camarões.

No dia anterior, a organização Repórteres Sem Fronteiras havia apelado por sua “libertação imediata”, um ano após a sua prisão, denunciando uma “detenção arbitrária e abusiva”.

Nesta quarta-feira, o julgamento começou em um tribunal especial. Abba, que estava presente na audiência, declarou-se mais uma vez inocente. Na prisão desde a sua detenção em 30 de julho de 2015, ele pode ser condenado à morte caso seja declarado culpado.

Para o advogado de defesa, o julgamento visa atingir a rádio pública francesa, muito escutada na África, e sua cobertura das notícias de Camarões.

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Abba “foi preso pela primeira vez em segredo, e foi submetido a tortura”, segundo a presidente da RFI, Marie-Christine Zaragoza.

Ele é acusado de não ter compartilhado com as autoridades informações que recolheu sobre certos membros do grupo Boko Haram, que realiza com frequência ataques no norte de Camarões.

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