O jornalista Luiz Carlos Bordoni informou nesta quarta-feira à CPI do Cachoeira que foi pago com recursos do caixa 2 da campanha do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), por serviços prestados em 2010. Bordoni relatou ter recebido na conta de sua filha, Bruna Bordoni, R$ 45 mil da empresa Alberto e Pantoja, investigada pela Polícia Federal como parte do esquema criminoso atribuído ao empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Continua depois da publicidade

– O meu serviço limpo foi pago com dinheiro sujo – disse o jornalista que produziu os programas de rádio da campanha de Perillo.

Leia mais:

Jornalista será o único a responder a perguntas na CPI

Continua depois da publicidade

Advogada diz que Cachoeira está doente

– O que existiu, de fato, foi o pagamento feito a mim com dinheiro de caixa dois – destacou.

Além desse depósito, o jornalista disse ter recebido mais R$ 33,3 mil do departamento financeiro da campanha e mais R$ 10 mil pagos pelo presidente da Agência de Transportes e Obras (Agetop) de Goiás, Jayme Rincón, que era tesoureiro da campanha. Bordoni entregou à comissão documentos sobre sua movimentação bancária e de sua filha e autorizações de quebra dos sigilos bancários, telefônico e fiscal dele e de sua filha.

O jornalista disse também que o governador Perillo mentiu em seu depoimento à CPMI, ao demonstrar uma nota fiscal em nome da empresa Art Midi no valor de R$ 33,3 mil, como prova do pagamento que teria feito a ele.

– Se os senhores provarem onde está minha assinatura nessa nota eu engulo essa folha – disse o jornalista mostrando o documento que teria sido apresentado por Perillo.

Continua depois da publicidade

– O governador faltou com a verdade abusivamente quando aqui esteve – destacou o jornalista.

Bordoni se disse magoado por ter sido chamado de mentiroso, controverso e irresponsável pelo governador Perillo:

– Porque eu iria mentir? Fiz um pacto com o amigo Marconi, mas quem tem amigos como tal não precisa de inimigos.

Ele também reclamou de ter sido apontado pela mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça, como chantageador.

Continua depois da publicidade

– Quem sou eu para achacar o rei do achaque, o Al Capone do Cerrado. Vou processar todos eles, inclusive o dono da banda dos desafinados. Nada tenho a esconder, não temo encarar ninguém, seja quem for. Não se brinca com a honra e com a dignidade das pessoas – disse a testemunha.