O jornalista Luiz Carlos Bordoni disse nesta quarta-feira que aceita participar de acareações com o governador Marconi Perillo e com todos as pessoas ligadas a ele que não aceitaram prestar esclarecimentos à CPI do Cachoeira.

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O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) propôs, então, que o jornalista ficasse frente a frente com o empresário goiano Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, investigado pela Polícia Federal por suspeita de chefiar um esquema de jogos ilegais.

Bordoni aceitou ser acareado com Cachoeira e disse que participaria também de acareação com o presidente da Agência de Transportes e Obras (Agetop), Jayme Rincón, e com Lúcio Fiúza Gouthier, ex-assessor de Perillo.

A deputada Íris de Araújo (PMDB-GO) informou que apresentará à presidência da CPI os requerimentos para que as acareações sejam realizadas.

No depoimento prestado nesta quarta, o jornalista disse que o governador Marconi Perillo mentiu à CPI no último dia 12, quando foi ouvido pelos parlamentares, e confirmou ter recebido dinheiro de duas empresas investigadas por irregularidades, a Alberto e Pantoja e a Adécio e Rafael.

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Segundo ele, o número da conta bancária de sua filha, Bruna Bordoni, foi passado a uma das empresas pelo assessor de Perillo, Lúcio Fiúza Gouthier.

– O pagador de contas de Marconi Perillo, Lúcio Fiúza Gouthier, passou o número da conta da minha filha para uma quadrilha e envolveu o nosso nome nessa investigação – afirmou Bordoni.

De acordo com o jornalista, cabia à ex-chefe de gabinete de Perillo Eliane Pinheiro fazer contato com Carlinhos Cachoeira. Eliane compareceu à comissão hoje para prestar depoimento, mas, amparada por habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal, decidiu ficar em silêncio e foi dispensada.

– Eliane era a pessoa que tinha contato direto com Cachoeira. Ela viajou para os Estados Unidos com despesas pagas por ele. Todos sabiam que Eliane representava Cachoeira no governo, com radinho na mão – disse Bordoni, referindo-se ao celular via rádio fornecido por Cachoeira a pessoas suspeitas de integrarem a organização.

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Bordoni também confirmou que sua filha chegou a ser contratada para trabalhar no gabinete do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), também investigado no esquema de Cachoeira. O jornalista informou que Bruna não chegou a assumir o cargo porque teve problemas sérios de saúde.

O jornalista disse ainda que já fez campanha para Demóstenes Torres e que não sabia do envolvimento do senador com Cachoeira:

– Fui pego de supresa.