Se os jornais brasileiros querem estar no mercado em 2020, devem mudar nos próximos cinco anos. Este foi o recado que o diretor-presidente da International Newsmedia Marketing Association (INMA), Earl Wilkinson, passou aos participantes do 7º Congresso Brasileiro de Jornais na primeira palestra desta terça-feira, em São Paulo.
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Wilkinson mostrou que os telejornais da noite levaram a uma concentração da circulação dos jornais nas edições matutinas e o surgimento da internet e das edições online está fazendo com que o conteúdo dos jornais deixe de estar concentrado nas edições matutinas para se distribuir ao longo do dia:
– Estamos diante de um consumidor diabético de jornal – disse, fazendo uma alusão a um consumo de pequenas porções, com intervalos curtos.
O diretor-presidente da INMA exibiu um mapa para indicar que em vários países a circulação e o faturamento publicitário dos jornais estão em alta, entre eles Brasil, China, Espanha e Chile:
– Se a classe média cresce, cresce a circulação dos jornais – pontuou.
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Ele advertiu, contudo, que a tendência observada em mercados maduros como Estados Unidos e a maioria dos países europeus vai no sentido da internacionalização. São mudanças estruturais que estão sendo acentuadas por fatores cíclicos, afirmou Wilkinson, referindo-se ao impacto da crise econômica sobre a circulação e a publicidade no mercado norte-americano.
Para enfrentar essa situação, os jornais devem entender que a tecnologia e a abundância de recursos estão mudando a mente das pessoas e que é preciso conhecer bem a audiência e produzir conteúdos para ela. As informações são da Associação Nacional de Jornais, que promove o evento.