Os grandes jornais pernambucanos amanheceram nas casas dos assinantes e nas bancadas das maiores cidades do Estado elogiando a conduta das 50 mil pessoas que pediam um Brasil melhor na tarde quente de quinta-feira em Recife e em outra meia dúzia de cidades no Interior.
Continua depois da publicidade
O Jornal do Commercio, um dos mais importantes do Nordeste, publicou no alto da sua primeira página: “Guerra e Paz”. Fez uma comparação entre a Capital e outros importantes cidades do Brasil. A linha de apoio ao título informa que “Recife deu uma lição ao resto do país”.
Recife mostrou sua insatisfação, levou milhares de pessoas para as ruas, mas não foram constatados casos graves de violência, apenas problemas isolados, como roubos e arrastões. Foram registradas 30 ocorrências e 20 prisões, conforme os números da
Secretaria de Ordem Sociais (SDS). Um grupo atacou o prédio da prefeitura, mas foi expulso pela PM, que usou bombas de feito moral. Jovens vaiaram os vândalos, especialmente integrantes das torcidas organizadas dos grandes clubes de Recife, que protagonizaram uma briga, e aplaudiram a polícia.
Recife preparou-se para a passeata. No trajeto, na área central da cidade, escolas, bancos, lojas, igrejas, escritórios e consultórios fecharam mais cedo. Pessoas em janelas e sacadas de edifícios aplaudiam os manifestantes. Os cartazes pediam um Brasil mais justo. Não eram diferentes dos exibidos nas grandes capitais brasileiras. De diferente mesmo – e exemplar – só a paz
Continua depois da publicidade