Quatro jornalistas de alguns dos maiores veículos de comunicação do país realizaram ontem à noite na Jornada um debate sobre os novos rumos do jornalismo com a pulverização de alternativas do cenário digital. Na pauta, uma impressão unânime, a de que os grandes veículos vêm se dedicando com afinco a aprender como lidar com os novos tempos.
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O editor-chefe de notícias online do Grupo RBS no Estado, Pedro Lopes, abriu a palestra com uma apresentação de dados e números sobre como os leitores hoje se relacionam com os tablets como instrumento de obtenção de informações.
– Eu sou muito otimista com relação ao cenário futuro – concluiu.
Já Eduardo Diniz, editor de O Globo online, ressaltou as mudanças de panorama depois do surgimento da internet, e como a profusão de oportunidades para acesso à informação estabeleceu uma nova ecologia do jornalismo.
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– Você olhava o mundo da informação e havia os grandes grupos, como árvores frondosas, algumas centenárias. O acesso à informação se democratizou e agora há milhares de árvores nessa floresta – metaforizou Diniz.
Ele enfatizou ainda que, apesar da mudança do horizonte dessa floresta, os grandes jornais ainda podem lançar mão de sua marca como um guia na selva digital.
Roberto Dias, da Folha de S. Paulo, condensou parte das visões anteriores e falou dos choques práticos que as integrações de modo geral entre online e impresso vêm provocando em diversas redações.
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– Quando você tem um manual consolidado que determina os procedimentos de seu trabalho, o desafio é lidar com a pressão da web, com o fato de que a TV terá um vídeo de uma ação policial e você tem de continuar tentando ouvir o outro lado – falou.
Por fim, Rinaldo Gama, do Estadão, foi o que mais aproximou o conteúdo da palestra dos temas literários apresentados na Jornada. Lembrou que a literatura se consolidou como a conhecemos no mesmo momento em que a imprensa fez o mesmo, com grande circulação. E que hoje há uma ampla gama de manifestações literárias que estão tentando produzir especificamente para os meios digitais, e que isso talvez exija um novo tipo de jornalismo cultural e de crítica, voltado para estas manifestações com novas ferramentas que não as da crítica ao livro tradicional.