Com a notícia da morte de Alain Resnais, Zero Hora ouviu por telefone Jorge Furtado, diretor de Homem que Copiava e Meu Tio Matou um Cara, que falou da dimensão da obra do cineasta francês:
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O cinema do Resnais é o cinema da poesia, relacionado menos à prosa, não realista. Todos os filmes dele são, no mínimo, muito bons, alguns são obras-primas. Ele era o maior cineasta vivo e foi um dos maiores da história do cinema. Vi todos os filmes dele muitas vezes. Meu Tio da América é espetacular, o curta Toda a Memória do Mundo é o maior curta que já vi… O Ano Passado é Marienbad é um filme tão revolucionário que é quase artes plásticas. Tenho uma versão em blu-ray, deixar ela passando na parede é como criar um quadro vivo, é poesia, as imagens perfeitas.
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Todo grande cineasta tem seus anos de maior brilho, quando expõe o que tem de melhor, é o caso Hiroshima Meu Amor e O Ano Passado é Marienbad. Mas os últimos filmes de Resnais também são brilhantes. Medos Privados em Lugares Públicos, por exemplo, é uma obra-prima. Resnais continou sempre investigando, nunca se imitou, conseguindo sempre resultados diferentes.