O ex-presidente do JEC Jony Stassun esclareceu nesta segunda-feira os motivos pelos quais está acionando o clube na Justiça. Na semana passada, ele declarou ao repórter Gabriel Fronzi, da Rádio 89 FM, que cobrará o Tricolor com uma escritura pública de confissão de dívida. De acordo com o balanço publicado no fim do mês passado, Jony tem mais de R$ 7 milhões a receber – R$ 2,9 milhões em empréstimos feitos em seu nome e mais R$ 4,2 milhões da Romaço Rolamentos, empresa da qual é proprietário.

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A escritura pública de confissão de dívida é um documento no qual uma pessoa (devedor) reconhece que deve a outra (credor) o valor determinado em dinheiro ou equivalente. Em entrevista à reportagem, o ex-presidente afirmou que está com problemas na sua empresa em decorrência dos empréstimos feitos ao clube.

— Tomei a atitude de fazer a confissão de dívida porque o JEC possui um empréstimo no Banco Bradesco, do qual sou fiador e o clube não vem pagando as parcelas. Isso reflete diretamente no meu CPF e, consequentemente, na operação da empresa — explicou.

Jony Stassun também fez questão de comentar a diferença de seu caso para o de outro ex-presidente, Nereu Martinelli. Em entrevista à coluna na última sexta-feira, Nereu Martinelli estaria disposto a abrir mão do que tem direito no clube – cerca de R$ 2 milhões ou parte deste recurso – para ingressar na JEC S.A. Jony afirma, que diferentemente dele, Nereu já recebeu parte do que investiu no clube.

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— Nem vou entrar no detalhe de quanto investi no clube desde 2011, mas uma parte dos valores que ele (Nereu) recuperou vieram do acordo com o Esporte Interativo — contou.

O ex-dirigente também citou outro motivo para não ingressar na JEC S.A. com os valores que tem a receber do clube. Na opinião dele, este plano elaborado por alguns conselheiros só funcionará caso o departamento de futebol realize um bom trabalho, algo que não está acontecendo neste momento, por exemplo.

— A JEC S.A. é uma alternativa, mas o projeto de lei precisa ser aprovado, o clube continuar na Série C e, principalmente, mostrar mais competência no departamento de futebol. Precisamos vencer, colecionar resultados positivos, só assim haverá uma mudança de pensamento sobre o clube — concluiu.

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Na entrevista coletiva da semana passada, o presidente Vilfred Schapitz reafirmou o que já disse em outras ocasiões: o Joinville não tem condições financeiras de pagar dívidas de nenhum ex-presidente – citou Nereu Martinelli, Jony Stassun e Alberto Mauro Bartholi, que tem R$ 125 mil a receber em nome da Terraço Planejamento e Construções.

Sobre as declarações de Jony, Vilfred diz que transferiu o assunto ao conselho deliberativo – assim como o caso da cobrança judicial.