A saúde de Joinville teve um dia caótico nos prontos ao longo de toda a segunda-feira (1º). A alta demanda nos prontos atendimentos seria o principal fator para os longos períodos de espera. No Hospital Infantil Dr. Jeser Amarante Faria, alguns pacientes precisaram esperar 12 horas, o que gerou revolta nos familiares dos pacientes e a Polícia Militar precisou ser chamada para intervir.
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“Tu é médico? Então não serve, não tem criminoso aqui”, diz uma mãe aos policiais. As forças de segurança foram chamadas pela equipe do hospital, que estava sendo ameaçada por alguns pais. Uma mãe, inclusive, teria ameaçado os profissionais com uma cadeira.
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— Ameaças iminentes, agressão verbal, mas não evoluiu para as vias de fato [agressão física]. Mas precisamos chamar [a PM] pela segurança da equipe — explica o médico coordenador do PA do Hospital Infantil, Deiny Ramos.
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Para a diretora executiva da unidade, Estela Cuchi, além da alta demanda, os atritos entre familiares de pacientes também prejudicam o atendimento.
— Nossos funcionários são seres humanos. A equipe estava acuada, o que acabou demorando o atendimento. O tempo para acalmar [os familiares] também aumentou o tempo de espera, tempo para acalmar também aumenta o tempo de espera — diz.
Veja fotos dos PAs nesta segunda-feira
Recorde no número de atendimentos
No mesmo dia em que foi registrada a entrada da polícia na unidade, o Hospital Infantil também bateu um recorde: maior número de atendimentos em 15 anos. Ao todo, 409 pacientes foram atendidos em um único dia. A média costuma ser de 170, segundo o hospital.
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Estela afirma que a equipe da unidade estava completa e dois pediatras “extras” foram colocados na equipe nesta segunda-feira. Ao todo, seis profissionais atendiam a urgência e emergência.
Além da alta demanda de pacientes na “porta” da unidade, 42 ambulâncias, vindas de outros locais com pacientes mais urgentes, também chegaram no hospital em busca de atendimento.
Para casos menos graves, que são classificados com a fita verde, a espera chegou a 12 horas. Fitas amarelas, 7 horas. Segundo o Deiny, as principais queixas são relacionadas a dengue, doenças respiratórias e gastrointestinais.
— De janeiro a março, houve um aumento de 76% no atendimento. Não tem espaço físico e estamos fazendo nossa parte ao máximo — diz Estela.
Para esta terça-feira (2) também é esperado um alto volume de atendimento. A diretora executiva do Hospital Infantil também afirma que a unidade está sendo estruturada para receber a demanda.
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Falta de profissionais nos PAs
Nas UPas Leste e Sul, além do PA Norte, o atendimento também foi acima do normal. Nesta segunda-feira foram recebidos 2.922 pacientes, aproximadamente 15% acima do habitual, informou a prefeitura de Joinville por meio de nota.
Além disso, nesta segunda-feira, três médicos apresentaram atestado, mas o tempo de espera por atendimento está relacionado a isso, uma vez que pacientes com suspeita de dengue demandam uma assistência diferenciada. Durante a segunda-feira, o tempo de espera chegou a 5 horas, em alguns momentos pontuais.
Conforme a prefeitura, o atendimento de pessoas com suspeita de dengue tende a ser mais demorado. Isso porque o paciente, de acordo com a prescrição médica, pode necessitar de exames específicos e hidratação. Nesses casos, a pessoa está em acompanhamento médico e não aguardando por consulta.
Porém, para atender essa demanda, pode ocorrer que aqueles pacientes com sintomas leves aguardem um tempo maior para passar pelo médico. Isso porque em Joinville, a Saúde trabalha com o Protocolo de Manchester, quando os pacientes mais graves são atendidos primeiro.
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A Secretaria da Saúde mantém a orientação para que as pessoas com sintomas leves procurem as Unidades Básicas de Saúde da Família. Pois as equipes estão capacitadas e preparadas para o atendimento dos pacientes.
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