Joinville fechou o ano passado com um recorde histórico de focos do mosquito da dengue no município. Ao longo de todo o ano foram encontrados 806 focos do mosquito Aedes aegypti. O número é quase três vezes maior do que o ano anterior, quando foram registrados 292.
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O ano terminou com três bairros da cidade considerados infestados pelo mosquito: Boa Vista (285 focos), Fátima (134) e Jardim Sofia (33). Os três juntos correspondem a 56% de todos os registros confirmados no município. Além disso, outros bairros como Jarivatuba e Saguaçu também preocupam pelo aumento dos focos nos últimos meses.
Nesses locais infestados, o mosquito encontra um ambiente propício para a multiplicação, como água parada em calhas, vasos, pneus, embalagens e valas. Com isso, a eliminação das áreas infestadas é muito difícil, dependendo quase exclusivamente das pessoas.
Neste ano, as equipes do Serviço de Vigilância Ambiental da Secretaria da Saúde de Joinville já contabilizam pelo menos dez focos encontrados na cidade. Segundo a supervisora do serviço, Ana Alice de Borba, os números são preocupantes e a população deve ficar atenta ao período de verão.
— O verão tem tudo que o mosquito gosta: sol e chuva. No inverno dá uma aliviada, mas nessa época agora o clima é muito propício para ele — explica.
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Lourdes Wilker, 56 anos, é moradora do bairro Jarivatuba. Desde a última visita da Vigilância ela sabe que a região está entre os focos de preocupação da cidade.
– Eu sempre cuido muito, não deixo nada espalhado no pátio de casa. Estou sempre esvaziando os baldes e os vasos de plantas – diz.
Cinco casos confirmados em 2018
Nos primeiros dias de 2019, não houve registro de nenhum caso de dengue confirmado na cidade, mas o ano passado terminou com cinco pessoas infectadas. Todas elas contraíram a doença fora de Joinville. Por outro lado, não houve situações confirmadas de Zika Virus e de febre Chikungunya, também transmitidas pelo Aedes aegypti.
Para tentar combater a proliferação do mosquito, a Vigilância Ambiental monitora armadilhas instaladas em toda a cidade e faz visitas constantes nas residências. Nas casas onde são encontrados criadouros dos mosquitos durante as visitas técnicas pode haver a cobrança de multa, caso os proprietários não tomem providências.
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Dicas de prevenção:
– Evite usar pratos nos vasos de plantas; se usar, coloque espuma em volta do pratinho;
– Guarde garrafas com o gargalo virado para baixo;
– Mantenha lixeiras tampadas;
– Deixe os tanques utilizados para armazenar água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas-d'água, lembrando de vedar inclusive o "ladrão" com uma tela de proteção;
– Plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água;
– Trate a água da piscina com cloro e limpe-a uma vez por semana;
– Mantenha ralos fechados e desentupidos;
– Lave com escova os potes de comida e de água dos animais no mínimo uma vez por semana;
– Retire a água acumulada em lajes;
– Dê descarga, no mínimo uma vez por semana, em vasos sanitários pouco usados e mantenha a tampa sempre fechada;
– Evite acumular entulho, pois podem se tornar criadouros do mosquito;
– Guarde pneus velhos e outros objetos que possam acumular água em locais secos e abrigados da chuvas.
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NÚMEROS
Focos do mosquito encontrados nos últimos cinco anos:
2018 – 806
2017 – 292
2016 – 153
2015 – 231
2014 – 254
Dados de 2018:
Janeiro: 79 focos
Fevereiro: 68
Março: 73
Abril: 94
Maio: 111
Junho: 23
Julho: 31
Agosto: 20
Setembro: 23
Outubro: 50
Novembro: 99
Dezembro: 135
Números nos bairros infestados em 2018:
Boa Vista: 285 focos
Fátima: 134 focos
Jardim Sofia: 33 focos