Quem precisou pegar ônibus em Joinville na manhã desta quinta-feira (25) enfrentou uma série de transtornos pelos impactos da redução na ocupação máxima permitida no transporte coletivo. Atrasos em horários, motoristas passando reto pelos pontos e aglomeração nos terminais foram algumas das reclamações feitas pelos passageiros.
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No final da tarde da última quarta-feira (24), o governo do Estado publicou decreto com novas medidas de combate ao avanço do coronavírus em Santa Catarina. Entre elas, a redução na lotação máxima dos ônibus de 70% da capacidade total (sentados e em pé) para 50% da capacidade de passageiros sentados. Isso fez com que a capacidade em Joinville reduzisse para cerca de 15 a 18 pessoas por ônibus.
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A jornalista Bruna Bechtold foi uma das impactadas pelas mudanças. Ela mora na região do Quiriri e pega ônibus todos os dias por volta das 6h10. Nesta quinta-feira, ela não conseguiu o transporte porque o motorista não parou no ponto, já que o coletivo havia atingido a nova capacidade máxima de passageiros. A solução foi pegar carona com o pai até o terminal de Pirabeiraba.
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– Acho que o ônibus não pegou nem metade dos passageiros do Quiriri porque tinha muita gente no terminal. Tive que esperar mais de 15 minutos porque chegaram dois ônibus lotados e não pude entrar – conta.
A dificuldade foi a mesma enfrentada pela analista de mídias sociais, Jéssica Ramiro Pereira. Ela não sabia das mudanças estabelecidas no decreto e foi surpreendida pela manhã. Encontrou o ponto de ônibus cheio e muita reclamação no bairro Jardim Iririú. Quem esperava no local dizia que já haviam passado três coletivos lotados, sem parar para a subida de novos passageiros.
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Segundo Jéssica, as pessoas que esperavam com ela optaram em dividir uma corrida por transporte de aplicativo para chegar até o terminal do Iririú. Ela voltou para casa e conseguiu carona com o namorado para tentar chegar ao trabalho no horário.
– Todos os pontos pelos quais a gente passava estavam lotados. Na rua Iririú, onde passam várias linhas, todos os pontos tinham de 8 a 12 pessoas esperando – destaca.
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Reclamações de superlotação antes do decreto
Jéssica também aponta os extremos registrados no transporte coletivo nas últimas semanas. Se nesta quinta-feira o problema foi a falta de ônibus porque havia poucos lugares dentro dos veículos, antes o problema era a superlotação, segundo ela.
– Peguei ônibus com minha mãe há cerca de duas semanas e tinha quase 100 pessoas. Pegamos o Iririú/Centro e fomos esmagadas dentro do ônibus porque estava muito cheio – recorda.
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A jornalista Bruna Bechtold também destaca a falta de fiscalização do antigo decreto, que previa a ocupação máxima de 70% da capacidade total dos ônibus. Segundo ela, a regra não estava sendo cumprida e fiscalizada.
Bruna diz que registrou várias reclamações na ouvidora da prefeitura e da empresa de ônibus, mas até o momento não recebeu retorno.
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Empresas dizem que colocaram mais ônibus na ruas
As empresas Gidion e Transtusa informaram que foram surpreendidas pelo decreto estadual e não conseguiram avisar a população com antecedência. Em nota, elas pediram desculpas pelos transtornos causados à população e garantiram que não medem esforços para colocar toda a frota em operação.
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Por meio da assessoria de imprensa, as empresas disseram que colocaram mais ônibus nas ruas para atender a demanda, mas não informaram a quantidade de veículos extras. O balanço deve sair apenas no fim do dia.
Gidion e Transtusa afirmam que o problema não é o número de ônibus, mas a falta de motoristas. Seria necessário contratar novos profissionais para conduzir os veículos, o que demora mais tempo.
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Segundo as empresas, o controle do número de passageiros em cada ônibus é realizado pelos fiscais da prefeitura e motoristas. A orientação para quem estiver em um ponto e o coletivo não parar por estar lotado é esperar pelo próximo ônibus. Gidion e Transtusa informaram que estão sendo colocados mais veículos conforme a disponibilidade de ônibus e motoristas.
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