Os preços médios de gasolina mais em conta de Santa Catarina estão em Joinville (R$ 3,427), Brusque (R$ 3,429) e Itajaí (R$ 3,496). Os dados são do último levantamento de preços da Agência Nacional do Petróleo (ANP), equivalente ao período entre 25 e 31 de dezembro. A principal justificativa para o preço baixo é a difícil concorrência. O Posto XV, que pratica o menor valor pelo litro da gasolina em Joinville, R$ 3,279, diz que a logística facilita o preço.

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– O mercado está complicado porque ninguém está tendo rentabilidade. Nossa margem às vezes nem chega a 10% e mal e mal cobre as despesas. Nosso combustível vem de Araucária por duto, o que favorece um pouco – explica o proprietário Sidnei Masiero.

Na mesma cidade, o Posto Tio Táta, no bairro Itinga, cobra

R$ 3,59 pelo litro. O proprietário, Paulo Roberto de Souza, diz que por menos não tem lucro.

– Joinville tem preço defasado, porque existe uma forte concorrência, onde me parece que os mais fortes têm preço mais competitivo e as pequenas redes estão quase pagando para trabalhar. Tanto é que 12 postos fecharam recentemente na cidade.

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Na cidade do Norte do Estado, o valor mais baixo é R$ 0,22 menor do que o mais barato cobrado em Florianópolis. O Costeira Comércio de Combustíveis e Lubrificantes Ltda, posto sem bandeira da Costeira do Pirajubaé, informou à ANP na semana passada vender a gasolina a R$ 3,49. Depois de dois aumentos repassados pelas fornecedoras, o litro do combustível está custando R$ 3,57 hoje e, ainda assim, é um dos mais baratos da cidade.

A gerência do posto diz que sua estratégia é praticar a margem de lucro menor para aumentar a clientela.

Litro da gasolina está até R$0,80 mais caro na Grande Florianópolis

Quando comparadas as regiões de Santa Catarina, o preço médio da gasolina está R$ 0,06 mais caro nas cidades litorâneas, onde o litro do combustível oscila em R$ 3,72 _ acima do preço médio de R$ 3,66 praticado em todo o Estado. Os dados são do último levantamento de preços da Agência Nacional do Petróleo (ANP), equivalente ao período entre 25 e 31 de dezembro. A disparidade é ainda maior em postos da Grande Florianópolis, que vendem o litro na média mais alta do Estado: R$ 3,857 e firmam-se como os mais caros de SC ao longo do ano e, principalmente, durante o verão.

A diferença entre o valor mais baixo encontrado pela pesquisa (R$ 3,279 o litro, em Joinville) e o mais alto (R$ 4,084, em Biguaçu) é de R$ 0,80. Ou seja, a divergência de valor para completar um tanque de 40 litros entre as duas cidades, a cerca de 160 quilômetros uma da outra, pode chegar a R$ 32,20.

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Os sindicatos das distribuidoras e dos revendedores de combustíveis negam que a temporada seja o motivo para os valores elevados. Porém, nos últimos três meses, o preço médio da gasolina na capital catarinense passou por três aumentos. Foi de R$ 3,67 em outubro para R$ 3,73 em novembro e R$ 3,79 em dezembro.

O diretor do Sindicato de Revendedores Varejistas de Combustíveis da Grande Florianópolis, Joel Fernandes, garante que a sazonalidade não interfere no preço.

– Nós não aumentamos o preço da gasolina em função do turismo. Os preços sobem de acordo com custos da Petrobras e das distribuidoras – afirma.

Mesmo discurso tem o presidente do Sincombustíveis, Giovani Testoni, que responde pelo litoral catarinense. O representante lembra que a gasolina que abastece as bombas de Santa Catarina tem locais de carregamento em Itajaí, Biguaçu e Guaramirim, além de Lages, Araucária (PR) e Rio Grande do Sul, em menor escala, e que isso diferencia os valores repassados aos consumidores.

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Postos de Florianópolis, São José, Palhoça e Biguaçu, no entanto, revenderam a gasolina pelo menos R$ 0,70 mais caro do que compraram das distribuidoras, segundo a ANP. Fernandes defende normalidade até mesmo nesse cenário, também observado no Oeste.

– É plenamente viável. Para cobrir os gastos da empresa e ser rentável. Não há exagero, nem abuso – argumenta o sindicalista.

Ainda de acordo com o levantamento da ANP, as distribuidoras que abastecem as bombas do litoral e do Oeste catarinense venderam combustível mais caro quando comparadas às outras regiões. O diretor institucional da Federação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Gás Natural e Biocombustíveis (Brasilcom), Sergio Massillon, esclarece que “cada distribuidora faz a sua gestão de custos, estoques e preços dentro de sua política individual, não existindo, portanto, qualquer padrão no preço”.

– O mercado se regula conforme suas próprias regras, considerando oferta, demanda, estratégia empresarial, posicionamento de mercado, entre outros atributos – diz.

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