Joinville registrou 367 casos de dengue confirmados em 2021 e tem outras 741 pessoas com suspeita da doença ainda em investigação. Os dados são da Secretaria da Saúde, em levantamento de 1º de janeiro até a última segunda-feira (29).

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O município está em alerta por causa da dengue desde o ano passado, quando houve recorde de casos confirmados, com 8,7 mil pessoas infectadas. Foi uma média de 23 moradores diagnosticados por dia com dengue em Joinville.

Além disso, o ano terminou com 7,7 mil focos do mosquitor transmissor da dengue identificados na cidade. Nos primeiros meses de 2021, já foram encontrados 3.960 focos do Aedes aegeypti em Joinville. O mosquito transmite a dengue e outras doenças, como a febre amarela, zika vírus e chikungunya.

Os bairros com a maior quantidade de casos de dengue são Itaum (114), Petrópolis (87) e Floresta (38). A Secretaria da Saúde considera infestados pelo mosquito os bairros Boa Vista, Jardim Sofia, Fátima, Jarivatuba, Bucarein, Itaum, Guanabara, Floresta, Comasa, Espinheiros, Jardim Iririú e Aventureiro.

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Duas variantes em circulação

Além do crescente número de focos positivos, os joinvilenses devem estar alerta para outro fator problemático: a existência de duas variantes do vírus da dengue que atualmente circulam no município, além de uma terceira encontrada em outras regiões de Santa Catarina.

De acordo com o infectologista Luiz Henrique Melo, coordenador médico da Vigilância em Saúde, pessoas que já tiveram dengue e que forem infectadas novamente, podem desenvolver a doença de forma mais grave.

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– Com mais circulação de mosquito, maior a possibilidade das pessoas pegarem a primeira infecção. Já quem foi infectado no ano passado, poderá pegar um novo vírus e fazer a dengue hemorrágica. Esse grupo nos preocupa, pois vai precisar de hospital, em um momento em que estamos concorrendo com a Covid-19 e com o sistema hospitalar sob pressão – alerta.

Sintomas e atendimento médico

Embora sintomas como febre, dor de cabeça e dores musculares sejam comuns à Covid-19 e à dengue, quadros de dor atrás dos olhos e erupções cutâneas são mais característicos à doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.

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Para casos suspeitos de dengue, a orientação é que o cidadão procure atendimento médico em uma Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF), especialmente diante da presença de sinais de alarme em que, no período de efervescência da febre, haja dor abdominal intensa e contínua ou durante a palpação do abdômen, além de vômitos persistentes e sangramento da mucosa.

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– Realizamos ações múltiplas e concatenadas e não devemos esquecer que também temos outras doenças, além da dengue e da Covid-19. Por isso, todos precisam evitar aglomerações, usar máscara, manter o distanciamento social e eliminar possíveis focos do mosquito em suas casas ou, se identificados em locais próximos, avisar a Vigilância Ambiental para fazer o controle – reforça o médico.

Prevenção e combate à dengue

Entre as medidas realizadas pela Vigilância Ambiental de Joinville estão a delimitação de focos e a manutenção de aproximadamente 1,5 mil armadilhas distribuídas em toda a cidade. Outra medida são as visitas quinzenais a cerca de 600 pontos estratégicos considerados locais potenciais para o surgimento de focos, a manutenção de 649 Estações Disseminadoras de Larvicida por meio de um projeto implantado em parceria com a Fiocruz Amazônia, o bloqueio de transmissão em casos de doentes confirmados e a retirada de lixo e entulho de terrenos.

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Além do trabalho da Secretaria da Saúde, também cabe à população a responsabilidade de combater a proliferação com medidas simples como eliminar água armazenada em locais que podem se tornar criadouros, tais como vasos de plantas, galões de água, garrafas, piscinas sem uso e sem manutenção e, até mesmo, pequenos recipientes.

Outra dica para prevenir a doença é usar roupas que minimizem a exposição da pele durante o dia, período em que os mosquitos são mais ativos, utilizar repelentes e inseticidas de acordo com as instruções do rótulo, e mosquiteiros para proteger pessoas que dormem durante o dia, como bebês e pacientes acamados.