Joinville tem 15 casos de pessoas infectadas com a dengue neste ano – três contraíram a doença dentro do município e outras 12 são situações consideradas importadas. O número representa um aumento de 400% em relação aos casos da enfermidade registrados no ano passado. De acordo a Vigilância Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde, no mesmo período de 2018, somente três pacientes estavam na estatística por causa da dengue.

Continua depois da publicidade

Os pontos de focos positivos do Aedes aegypti também tiveram acréscimo expressivo entre os dois anos. Até esta segunda-feira (17), 1.872 pontos haviam sido encontrados em Joinville contra 442 em 2018 – um incremento de 323,5%. A vigilância do município realiza ações de prevenção e conscientização diariamente, mas o apoio e envolvimento da população são ações essenciais para barrar a alta na quantidade de focos.

Os munícipes devem realizar a vistoria nos terrenos pelo menos uma vez por semana e eliminar locais quer possam acumular água parada. No inverno, a reprodução dos insetos acontece de maneira mais lenta do que no verão, mas o alerta e a preocupação da vigilância quanto com a prevenção continua a mesma.

Ações de combate

Além das ações diárias, a vigilância ainda busca o apoio de outros órgãos para ajudar na prevenção. Na última semana, as imobiliárias da cidade receberam oficio para auxiliar no combate ao mosquito em imóveis fechados e desocupados.

— A Vigilância Ambiental enviou ofícios às principais imobiliárias para que reforcem junto aos proprietários a importância de manter os imóveis limpos, principalmente onde existem piscinas e locais abandonados – explica Nicoli dos Anjos, coordenadora do Serviço de Vigilância Ambiental do município.

Continua depois da publicidade

De acordo com Nicoli, além de locais com piscina, outra grande preocupação do órgão são os imóveis em situação de abandono, que muitas vezes são ocupados por moradores em situação de rua. Em alguns casos, acabam juntando entulhos que acumulam água e favorecem a proliferação do Aedes aegypti, segundo a coordenadora.

Em abril, o órgão realizou mutirões em bairros infestados, em parceria com o Exercito. À época, foram visitadas mais de três mil residências, resultando na eliminação de grande quantidade de recipientes, potenciais focos do mosquito.Também são realizadas ações em parceria com as secretarias de Educação (SED), Infraestrutura (Seinfra), Assistência Social (SAS), Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente (Sama) e subprefeituras.

Além da dengue, Joinville também registrou um caso de febre chikungunya importada. Atualmente, os bairros considerados infestados são o Boa Vista, Itaum, Fátima, Bucarein, Guanabara, Jarivatuba, Floresta e Jardim Sofia. O mosquito Aedes aegypti é um dos principais vetores causadores da dengue, Zika vírus, febre Chikungunya e, também, da febre amarela.

Dados do Estado

O último boletim da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive/SC), até início de junho já foram notificados 4.808 casos de dengue entre os catarinenses. Destes 987 (21%) foram confirmados (981 pelo critério laboratorial e seis pelo clínico epidemiológico), 223 (5%) estão inconclusivos 2.500 (52%) e 1.098 (22%) estão sob investigação pelos municípios.

Continua depois da publicidade

Além disso, foram identificados 19.415 focos do mosquito Aedes aegypti em 183 municípios. Na comparação com o mesmo período de 2018 houve aumento de 71,9% na quantidade, já que foram identificados 11.294 focos em 150 cidades no ano passado. Ainda de acordo relatório da Dive/SC, até junho deste ano já são 91 municípios considerados infestados pelo Aedes no Estado, incluindo Joinville, o que representa um aumento de 26,3% em relação ao ano passado, quando SC tinha 72 cidades nesta condição.

Ações de prevenção:

– Evite usar pratos nos vasos de plantas. Se usá-los, coloque areia até a borda;

– Tratar a água de piscinas com cloro, pelo menos uma vez por semana;

– Guarde garrafas com o gargalo virado para baixo;

– Mantenha lixeiras tampadas;

– Deixe os depósitos d’água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d’água, e colocar tela de proteção nos ladrões e nas caixas de passagem;

– Plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água;

– Trate a água da piscina com cloro e limpe-a uma vez por semana;

– Mantenha ralos fechados e desentupidos;

– Lave com escova os potes de comida e de água dos animais no mínimo uma vez por semana;

– Retire a água acumulada em lajes;

– Dê descarga, no mínimo uma vez por semana, em banheiros pouco usados;

– Mantenha fechada a tampa do vaso sanitário;

– Evite acumular entulho, pois ele pode se tornar local de foco do mosquito da dengue;

– Denuncie a existência de possíveis focos de Aedes aegypti para a Secretaria Municipal de Saúde;

Continua depois da publicidade

– Caso apresente sintomas de dengue, chikungunya ou zika vírus, procure uma unidade de saúde para o atendimento.