A Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (Dpcami) registrou 1.686 boletins de ocorrência relacionados à violência doméstica no ano passado em Joinville. Em média, são 4,6 atendimentos por dia na cidade. Os números são de um balanço divulgado pela delegacia sobre o trabalho realizado em 2018.
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Durante todo o ano, a Dpcami ofereceu espaço para as mulheres vítimas participarem de um grupo de acolhimento e orientação sobre as medidas legais disponíveis para casos de violência doméstica. Uma dessas opções é a medida protetiva, que busca proteger a vítima de novas agressões. No ano passado, a delegacia realizou 452 pedidos dessa natureza à Justiça.
"Empoderamento da mulher contribui para registros de violência doméstica", diz delegada de Joinville
O grupo criado pela Dpcami recebeu a presença de 250 mulheres nos encontros durante o último ano. Eles são realizados uma vez por semana e abre espaço para livre participação das interessadas em ter orientações e suporte.
Outra ação realizada pela delegacia foi a série de encontros de um grupo formado pelos homens agressores que foram encaminhados pela Justiça para participar do serviço. Segundo a delegada da Dpcami, Georgia Marrianny Gonçalves Bastos, a pena não é o suficiente para reprimir e evitar a violência doméstica.
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— A gente acredita que o trabalho de reeducação, de apresentação de técnicas de psicologia para lidar com a raiva, a aflição e com problemas com drogas e álcool podem ser instrumentos importantes para evitar esse tipo de delito dentro de casa — defende.
Em 2018, foram 12 homens atendidos nesse programa, mas o objetivo deste ano é ampliar para 40. Os encontros acontecem uma vez por semana. De acordo com a delegada, houve um bom retorno em relação aos agressores que passaram pelo grupo.
Vítimas se afastaram de agressores
A polícia fez contato com as mulheres vítimas para saber se houve mudanças. A maioria alegou que terminou a relação e não tem mais contato com o agressor. Uma mulher disse que reatou o relacionamento e que o companheiro mudou a forma de convívio em casa. Apenas uma vítima afirmou continuar vivendo em conflito com o homem.
— Acreditamos que o grupo tem trazido o resultado que gostaríamos, que é de alguma forma a superação desse relacionamento de violência ou, se for para reatar, que seja de uma maneira diferente — explica a delegada.
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Entre outras iniciativas estão a oferta de aulas de dança e oficinas de artes por meio de parcerias com a iniciativa privada; a garantia de refeição para mulheres de baixa renda no restaurante popular quando procuram a delegacia em horário de almoço, em conjunto com a Secretaria de Assistência Social; também são oferecidos vales transportes para vítimas que tem interesse em voltar à participar do grupo, mas que não dispõem de condições financeiras de subsidiar o custo com o trajeto.