Joinville registrou queda de 28,1% no número de assassinatos entre 1o de janeiro e 8 de setembro deste ano em relação ao mesmo período de 2018. Dados da Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina (SSP/SC) apontam que aconteceram, até o último dia 8, 46 homicídios no município.

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No mesmo período do ano passado, o número de registros chegava a 64. Para as polícias, o trabalho integrado com os setores de inteligência de outras áreas tem contribuído para a redução destes crimes. Em Santa Catarina, o número registrado até agora é o menor dos últimos quatro anos. De janeiro até 8 de setembro, aconteceram 451 homicídios no Estado, enquanto no mesmo intervalo de tempo de 2018 foram 566 – representando uma queda de 20,3%.

Para a Polícia Civil, o trabalho integrado com os setores de inteligência de outras áreas da segurança pública também tem contribuído para a queda no número de mortes. Em Joinville, a maioria dos crimes contra a vida tem ligação com as facções rivais, que disputa espaços territoriais pelo controle do tráfico de drogas.

— Obviamente se você tira de circulação este número de envolvidos ou de pessoas praticando o crime de homicídio, você desarticula as organizações criminosas de certa maneira. Você dificulta o trabalho deles — explica o delegado Dirceu Silveira Júnior, da Delegacia de Homicídios.

Trabalho ostensivo contribuiu para queda

Já o comandante 5ª Região de Polícia Militar (RPM), Dirceu Neundorf, garante que o trabalho ostensivo de repressão ao crime em regiões com a maior quantia de registros, ajuda no combate às mortes violentas.

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— É fazer operação nos locais onde existe o índice de criminalidade maior, então cada batalhão faz sua operação: varredura, blitz. Tudo isso faz com que reduza o número de homicídios, roubos e furtos na cidade — explica o comandante.

Outro fator decisivo para a elucidação e, consequentemente, diminuição dos crimes é o apoio que a polícia recebe da comunidade. Para identificar os criminosos, por exemplo, a Polícia Civil conta com canal direto de comunicação com o cidadão, que auxiliam nas investigações por meio de denuncias anônimas e informações importantes para compor o inquérito policial.

Gabriella Custódio Silva morava em Pirabeiraba
Gabriella Custódio Silva morava em Pirabeiraba (Foto: Arquivo Pessoal)

Cresce crimes contra mulheres

Ainda que os homicídios tenham diminuído no Estado, o número de feminicídios aumentaram: 39 mulheres foram mortas até setembro de 2019 contra 27 no mesmo período de 2018. Em Joinville, foram registrados três casos desta natureza. O último aconteceu em 23 de julho, quando Gabriella Custódio Silva, 21 anos, foi morta com um tiro no peito pelo companheiro em uma casa no Distrito de Pirabeiraba.

Leonardo Nathan Chaves Martins foi denunciado pelo Ministério Público por feminícídio. Em depoimento à Polícia Civil, o jovem afirmou que o disparo que matou Gabriella foi acidental. O denunciado teve a prisão preventiva decretada no início de agosto e permanece no Presídio Regional de Joinville desde então. A duas audiências, para começar a ouvir as testemunhas do caso, devem acontecer em outubro.

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