Dentre as dez maiores cidade de Santa Catarina, Joinville foi a que registrou a maior queda no número de assassinatos. Dados da Secretária de Segurança Pública do Estado demonstram que a diminuição entre janeiro e agosto de 2017 em comparação com o mesmo período deste ano chegou a 37%. Somando as 26 cidades compreendidas da região Norte, a queda foi de 18,2% neste mesmo intervalo de tempo entre os dois anos.
Continua depois da publicidade
A diminuição percentual observada na região Norte de SC foi maior do que a quantia computada em crimes registrados em todo o Estado neste período, onde a queda foi de 14,9%. Nos 26 municípios do Norte, de janeiro a agosto deste ano, foram registrados 130 assassinatos, contra 159 nestes meses de 2017.
O aumento no índice de resolução dos casos, mais quantidade de prisões, celeridade nos processos e a união no trabalho das forças de segurança são os principais fatores apontados pela Polícia Civil para a redução dos crimes letais na região Norte do Estado.
— Nos dois últimos anos, intensificamos na região os trabalhos para identificar e prender as pessoas envolvidas com o tráfico de drogas. Acreditamos que isso é uma forma de reduzir também o índice de assassinatos — explica o delegado Odair Rogério Sobreira Xavier, à frente da 21ª Delegacia Regional de Polícia (DRP), que atende São Bento do Sul e Rio Negrinho.
O delegado destaca a intensificação, por parte das polícias Civil, Militar e Rodoviária, nas apreensões de drogas e prisões em todo o Estado como causa desta derrubada no indicador. Estas ações refletem nos municípios e acabam desarticulando as organizações criminosas, porque o tráfico reflete nos homicídios por causar mortes por disputas de áreas, por dívidas contraídas pelos usuários ou por envolver os jovens com essas associações.
Continua depois da publicidade
Para Sobreira, a ação das organizações ainda gera uma mudança de valores entre os envolvidos com facções, devido à banalização da violência e à conduta dos criminosos.
Resolução dos casos contribui para a queda
Tanto São Bento do Sul quanto Rio Negrinho – cidades abrangidas pela 21ª DRP – têm "excelentes índices" de casos resolvidos, conforme o delegado. Fator apontado também para a diminuição na quantidade das mortes. Em São Bento, dos sete assassinatos registrados neste ano, seis deles têm autoria definida. Já em Rio Negrinho foram três crimes desta natureza, todos já foram solucionados pela Polícia Civil.
Além do trabalho em conjunto das forças de segurança, a celeridade nos processos e a representação de mandados enviados ao Poder Judiciário e ao Ministério Público também são determinantes para a diminuição de mortes violentas nas cidades.
— Judiciário e MP têm agido de forma rápida e firme, com penas altas para autores de homicídio. Isto serve como uma forma de contenção e desestímulo para quem pensa em cometer um homicídio — conclui o delegado.
Continua depois da publicidade
Crimes também envolvem violência doméstica
O delegado Adriano Spolaor, da 15ª Delegacia Regional de Polícia – que abrange Jaraguá do Sul, Guaramirim, Corupá, Massaranduba e Schroeder – corrobora com Sobreira. Para ele, o trabalho integrado entre as polícias Civil e Militar no combate ao crime do tráfico de drogas – grande impulsionador dos outros crimes – contribui para a derrubada no número de assassinatos na região Norte.
Na região da 15ª DRP está uma das cidades consideradas mais seguras do País. O ranking é elaborado pelo levantamento do Atlas da Violência, com índices de 2015, que leva em conta a quantidade de crimes a cada grupo de 100 mil habitantes. No ano, a cidade registrou a taxa de 3,7 mortes. Para Spolaor, o baixo índice de criminalidade em Jaraguá é resultado de diversos fatores, como os bons indicadores educacionais e a baixa taxa de desemprego.
— Fora o trabalho integrado entre as polícias, os índices sociais, como de educação, economia e cultura, fazem com que Jaraguá tenha um baixo registro destes homicídios — explica o delegado.
Além disso, o fator geográfico também influencia neste cenário, já que o município não está em nenhuma rota de fuga. Ainda segundo o delegado, além do tráfico de drogas, que impulsiona os homicídios, na região da 15ª DRP os crimes envolvendo violência doméstica também são comuns.
Continua depois da publicidade
— O número é baixo para traçar um perfil de vítimas e autores, mas as motivações mais comuns são o tráfico e a violência doméstica. Em Jaraguá, por exemplo, são casos muito esporádicos que acontecem para os problemas sociais de uma cidade com 170 mil habitantes — conclui Spolaor .