As uniões consensuais, em que o casal vive junto sem se casar no civil ou no religioso, foram as que mais cresceram em dez anos em Joinville, segundo novos dados do Censo 2010 divulgados na semana passada.

Continua depois da publicidade

Ao mesmo tempo, os casamentos no civil e no religioso foram os que menos cresceram em números absolutos e sofreram até queda em relação ao total de uniões observadas nos Censos de 2000 e de 2010.

A tendência não é exclusiva de Joinville e é observada em toda Santa Catarina e no Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo Censo. De acordo com pesquisadores, o casamento no papel vem perdendo força década após década, assim como mais pessoas têm optado em viver sozinhas e o número de filhos por mulher tem diminuído.

A recepcionista Franciele Melo Britto, 20 anos, e o vigilante Arnaldo Cordeiro Corrêa, 28, são um exemplo desse comportamento. Os dois namoraram por seis meses e decidiram viver juntos há dois anos e meio, em um local alugado no bairro Jarivatuba, na zona Sul. Neste tempo, o casal teve o primeiro filho, o pequeno Arnaldo, de um ano e dois meses.

Continua depois da publicidade

– O compromisso entre nós é o que vale. Já não temos aquela coisa de ter que casar no religioso, como nossos pais. E vivemos como qualquer outro casal, com nossas metas, responsabilidades, nosso primeiro filho -, comenta Franciele.

Relações como a dela e de Arnaldo cresceram 43,7% em dez anos, considerando-se o quanto representam no total de uniões. Em 2000, 19% das uniões eram consensuais. Em 2010, já representavam 27,4% das uniões. A proporção de casamentos no civil e no religioso caíram 13,7% no mesmo período. Representavam 67,7% das uniões em 2000 e caíram para 58,5% dez anos depois.

Em números absolutos, o número de casamentos no civil e no religioso ainda é maior do que as uniões consensuais. São 147,5 mil pessoas nesse tipo de união (ou 54% do total), contra 69,1 mil na união consensual (27% do total). Mas enquanto os casamentos cresceram só 9,7% em números absolutos (de 134 mil para os 147,5 mil), as uniões consensuais praticamente dobraram em dez anos (de 37,8 mil para 69,1 mil em dez anos).

Continua depois da publicidade

LEIA MAIS:

Só no civil em segundo

Não casa mais