Se não existissem corredores de ônibus no Centro de Joinville, a frota das empresas que administram o transporte coletivo da cidade seria muito maior e o serviço teria o valor muito mais elevado. A afirmação é do gerente de Operações do sistema de transporte coletivo urbano de Joinville, Alcides Bertoli, que salienta os gargalos formados no trânsito continuam sendo o maior problema para melhorar a mobilidade via ônibus.

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– O Centro é o local mais bem servido de corredores de ônibus, mas, ainda assim carece de mais investimento. Nossa principal demanda hoje é manter uma via bem arrumada para poder dar conforto ao passageiro, e ter prioridade, porque temos um veículo com uma quantidade bem maior de pessoas do que dentro de um automóvel particular – afirma ele.

Segundo as pesquisas realizadas pelas empresas administradoras, a Gidion e a Transtusa, o Centro representa cerca de 40% de intenção das viagens das pessoas que usam os coletivos. Em números reais, são mais de um milhão de pessoas chegando ao Centro da cidade de ônibus por mês. A maioria também tem o Terminal Central como referência para parada final, e é fato para os usuários e para as empresas que a estrutura deste é insuficiente para as necessidades atuais. Não há planos, no entanto, para ampliação ou mudança do terminal.

– Mudá-lo de terreno só mandaria o problema para outro lugar. Onde há espaço para construção de outro terminal no Centro? Ele teria que ir para um endereço que exigiria muito deslocamento para o usuário, quando, atualmente, está no meio de um comércio consolidado – analisa Bertoli.

Entre as soluções pensadas dentro das empresas administradoras está, justamente, diminuir a importância do Terminal Central para que ele seja utilizado cada vez menos. Para isso, estuda-se oferecer mais linhas diametrais, que passam pelo Centro mas não param no terminal, como é o caso do Norte-Sul – a linha sai da Estação Sul e vai até a Estação Norte usando, principalmente, as ruas João Colin e Blumenau. A construção de um anel viário que permitiria essas viagens entre regiões passando pelo entorno do Centro também é interessante aos olhos das concessionários de transporte público.

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Para que estas ações sejam colocadas em prática, a principal evolução passa pela tecnologia. Com um sistema de bilhetagem mais eficiente, a integração entre linhas poderá ser feita sem a necessidade da parada no terminal. A mesma situação é aplicada para outra alternativa apontado por especialistas em mobilidade: as diferentes tarifas, de acordo com o trajeto realizado.

– Este é um assunto que está sendo discutido internamente, mas a bilhetagem que temos hoje não permite este tipo de seccionamento. Ela é moderna, mas já tem dez anos e os sistemas evoluem muito rápido. Já está chegando a hora de atualizá-la e, aí sim, será possível avaliar esta opção – afirma Bertoli.