O desejo de um grupo de 12 empresários de criar uma via gastronômica de peixes e frutos do mar no bairro Espinheiros, zona Leste de Joinville, começa a ganhar força em Joinville. Nos próximos dias, estão previstas reuniões para a elaboração de estudos e projetos para viabilizar a proposta, que deve abranger as ruas Prefeito Baltasar Buschle e Antônio Gonçalves. A moção nº 162/2017, com o pedido de criação da via gastronômica, foi aprovada por unanimidade pela Câmara de Vereadores na sessão do dia 11 de abril.
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A proposta já foi encaminhada ao Executivo e é de autoria de José Henkel, o Pelé, vereador e morador do bairro. O documento foi feito a partir de uma ideia em conjunto com os comerciantes do Espinheiros e prevê a construção de um pórtico na ponte de entrada que dá acesso à ilha, além de investimentos como calçadão e iluminação pública na orla da lagoa do Saguaçu. A expectativa é de que a mudança seja efetivada em até dois anos.
Dono do Restaurante e Petisqueira do Paulinho, o primeiro aberto na localidade, em 1994, Paulo Müller, de 64 anos, diz que a ideia tem como objetivo estimular o turismo e valorizar a comunidade e a gastronomia local, em crescimento nas últimas décadas. Segundo ele, atualmente estão instalados na rua cerca de 13 estabelecimentos, a maioria deles especializados em pratos à base de peixes e frutos do mar.
— Com a Via Gastronômica da Ilha dos Espinheiros, temos a chance de fazer com que Joinville volte seus olhos para o potencial turístico e gastronômico do entorno a baía da Babitonga. O chamariz são as próprias belezas naturais da região e a gastronomia histórica, que muitos ainda desconhecem e terão a chance de conhecer — afirma o empresário.
Paralelamente à iniciativa, outros dois projetos também foram apresentados ao Executivo com a intenção de formar um complexo turístico em torno da baía da Babitonga: a implantação de uma praia artificial e um atracadouro em uma área de 325 metros entre o trapiche do Barco Príncipe e o Parque Porta do Mar.
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— Primeiro, vamos unir esforços em torno da efetivação da via gastronômica, pois o custo é mais baixo e os restaurantes já estão instalados e bem estruturados. O que falta é melhorar a infraestrutura e criar o nome-fantasia. Ao mesmo tempo, vamos trabalhar para implantar a praia artificial e o atracadouro — explica.
Conforme o vereador, essas duas propostas levam tempo maior para serem feitas, pois envolvem mais recursos e é preciso elaborar estudos e um projeto consistente para que a Prefeitura possa buscar recursos junto ao Ministério do Turismo. As três propostas devem ser debatidas pelo VivaBem, o sindicato dos hotéis, restaurantes e bares da região, e as secretarias de Cultura e Turismo (Secult) e de Planejamento Urbano e Desenvolvimento Sustentável (Sepud).
Expectativa de geração de renda e aumento do potencial turístico
As medidas para aumentar o potencial turístico do bairro começaram em 2014, segundo a Prefeitura de Joinville. Naquele ano, foi inaugurado o Parque Porta do Mar, responsável por triplicar o movimento de visitantes na orla da lagoa do Saguaçu. A Prefeitura afirma que colabora com a manutenção da infraestrutura do local com o objetivo de estimular novos negócios e a geração de emprego e renda na região.
Raulino Schmitz, presidente do VivaBem, acredita que, se implantada, a via vai atrair novos investimentos e melhorias para o bairro, que conta com cerca de 3,5 mil moradores.
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— No futuro, essas mudanças que estão sendo propostas vão estimular o desenvolvimento econômico da região. Acredito que esse é o caminho para valorizar essas propriedades e atrair novos investidores — analisa.
A mesma expectativa tem o empresário Osmar Neckel, de 76 anos e que há 53 trabalha no setor gastronômico. Ele é dono do Restaurante e Petisqueira Polinésia, instalado desde 2008 no início da Baltasar Buschle. Segundo ele, o fato de o Espinheiros estar localizado em uma ilha deve dar mais visibilidade ao local.
— Uma via gastronômica chama muito a atenção e aqui os estabelecimentos já estão consolidados. Quem não quer conhecer uma ilha? Não temos dúvidas de que vai aumentar a procura e também a oferta — acredita.