A missão era difícil. Depois de 11 derrotas em 15 jogos, o Joinville chegou à 16ª rodada da Série C do Campeonato Brasileiro na última posição do grupo B, a quatro pontos do penúltimo colocado, o Tupi. Os dois times se enfrentaram na tarde deste sábado, em Juiz de Fora (MG), em uma espécie de jogo dos desesperados. O Tricolor do Norte do Estado não podia sequer empatar se quisesse manter vivas as chances de escapar da queda para a Série D. Mas dentro de campo o time voltou a repetir erros das últimas rodadas como a desatenção e perdeu por 2 a 0. A derrota decretou o rebaixamento do JEC a duas rodadas do fim da primeira fase.

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O jogo começou com requintes de crueldade para a torcida do Joinville. Logo aos 19 minutos, o Tupi teve a oportunidade de abrir o placar com um pênalti, cometido pelo zagueiro Gualberto. João William, porém, desperdiçou a chance ao cobrar a penalidade para fora, à direita do goleiro Matheus. Depois do gol, o JEC chegou a levar perigo ao goleiro Vilar, do Tupi, em jogadas pelas laterais. O lance de maior perigo foi um chute de Jean Lucas de fora da área, por cima do gol. Mas os ânimos do Tricolor esfriaram aos 46 minutos do primeiro tempo. João William cobrou falta cruzando na área e o zagueiro Sidimar subiu sozinho na área, livre de marcação, para desviar para o gol.

As coisas só pioraram para o JEC. E com uma cena repetida. Aos 5 minutos do segundo tempo, o mesmo Sidimar voltou a subir livre na área para aproveitar cruzamento após sobra de escanteio. O Joinville não se abateu e tentou responder no lance seguinte. Marlyson recebeu cruzamento e bateu para o gol, mas a bola parou na trave. Com a vantagem no placar e o nervosismo do JEC, o time da casa passou a administrar a posse de bola e ditar o ritmo do jogo até o apito final.

Com o resultado, o JEC estacionou nos 10 pontos e está rebaixado para a Série D. O time apenas cumpre tabela nas próximas duas rodadas, contra Luverdense e Volta Redonda, porque não tem mais chances matemáticas de sair da zona de descenso. Já O Tupi (MG), com a vitória, passou para o oitavo lugar, com 17 pontos, e empurrou o Ypiranga (RS) para a Z-R.

A campanha que resultou no rebaixamento teve, até aqui, três vitórias, um empate e 12 derrotas em 16 partidas. O aproveitamento é de apenas 20,%. Foram nove gols marcados – nenhum deles fora de casa -, e 33 sofridos, resultando em um saldo de -24.

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Foi o terceiro rebaixamento do clube em apenas quatro anos. O JEC chegou a disputar a Série A do Campeonato Brasileiro, em 2015, mas no mesmo ano caiu para a Série B. Em 2016, o time foi rebaixado para a Série C do Brasileiro e, agora, cai para a quarta divisão nacional. A última vez que o Joinville disputou a Série D foi em 2010.

Ficha técnica

Tupi

Vilar; Fábio, Diogo, Sidimar e Magalhães; Marcel (Leo Costa), Diego e Rodrigo Dantas; Potita (Paulinho), João William e Reis.

Técnico: Ailton Ferraz

Joinville

Matheus; Saile, Gualberto, Filipe Costa (André Baumer) e Alex Ruan; Tiago Ulisses, Kadu (Lucas Machado), Madson, Zotti e Jean Lucas (Breno); Marlyson.

Técnico: Pedrinho Medeiros

Gols: Sidimar (T), aos 46 do primeiro tempo e aos 5 do segundo tempo

Arbitragem: Pablo Ramon Gonçalves Pinheiro, auxiliado por Vinícius Melo de Lima e Jean Marcio dos Santos, todos do Rio Grande do Norte.

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Clube emite nota após rebaixamento

Após o jogo, o clube publicou um comunicado na conta do Twitter reconhecendo erros ao longo do planejamento e pedindo o apoio da torcida para um recomeço. Confira a íntegra:

“Decisões precipitadas, equívocos em algumas escolhas dentro e fora de campo, e até a falta da execução de um planejamento mais digno da história do Joinville Esporte Clube. Todos falhamos! Hoje choramos juntos mais uma vez, e nunca nos acostumaremos a lidar com a tristeza.

Mas sabemos que não foi só o resultado de hoje. Essa derrota começou há muito tempo, talvez teríamos que voltar três ou quatro anos para entender tudo o que culminou em mais uma queda de divisão nesta tarde, em Juiz de Fora.

Principalmente para quem vivenciou uma história de tantas glórias. Sabemos também que algumas palavras bonitas neste momento não diminuem a dor que você, torcedor tricolor, está sentindo agora.

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Mas da mesma maneira que é preciso olhar para trás e reconhecer os erros do passado, precisamos olhar para frente, para o futuro do JEC. O Joinville precisa de um recomeço!

E a única certeza que temos é que nossa maior força, a torcida, estará com a gente quando o luto passar. Aceitar é difícil, mas precisaremos de mais esforço ainda para reerguer o JEC.

Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima, meu Tricolor!”