O pequeno Isaque da Silva Domingues mal completou dois dias de vida, mas já sabe se alimentar direitinho no peito da mãe, Bruna Cardoso da Silva, 22 anos. O bebê calmamente sugava o leite materno e não teve dificuldade nenhuma para começar a mamar. A realidade não é uma regra para todos os recém-nascidos. A Semana Mundial do Aleitamento Materno, que acontece de 1º a 7 de agosto, existe para relembrar a importância de incentivar a amamentação.
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Em Joinville, diversas atividades estão programadas nas unidades hospitalares para conscientizar da importância do leite materno para o bebê. O tema escolhido para a campanha deste ano foi “Trabalhar juntos para o bem comum”. A escolha surgiu para criar a reflexão fundamental de que todos, governo e sociedade, devem defender o direito da mulher à amamentação.
— O tema deste ano foi pensado por uma discussão que vem há algum tempo. As pessoas ficam transtornadas quando existe uma mulher amamentando em locais públicos. Acho que foi uma boa escolha para a gente desmistificar um pouco sobre a amamentação — afirma a enfermeira Fernanda do Amaral Verbinen Nunes, responsável pelo banco de leite da Maternidade Darcy Vargas (MDV).
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A discussão da importância do aleitamento materno precisa ser estendida para a sociedade, médicos, outros profissionais da saúde e, principalmente, toda a rede de apoio da mãe que amamenta. Fernanda salienta que a amamentação é uma responsabilidade de todos, não só da mulher. O leite materno é um alimento balanceado que oferece mais do que nutrição na primeira infância. O efeito combinado de seus componentes resulta na proteção à saúde dos lactentes.
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— Se a alimentação for exclusiva, sem a introdução de nenhum outro alimento, até os seis meses, é comprovado por meio de diversos estudos pode reduzir as chances de o bebê ter doenças inflamatórias, alérgicas e respiratórias — ressalta.
O leite materno também auxilia no desenvolvimento do recém-nascido e no vínculo entre mãe e filho. Além da importância para a saúde do bebê, o aleitamento também traz benefícios para as mães. O útero volta ao tamanho normal mais rapidamente, a mãe tem menor probabilidade de ter câncer de mama no futuro e pode ser um método preventivo contra outra gravidez (desde que seja exclusivo), reforça Fernanda.
O aleitamento materno deve ser exclusivo para bebês até os seis meses, de acordo com o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria. Dessa idade até os dois anos, a criança deve continuar mamando no peito e começar a comer outros alimentos. O incentivo para a mãe continuar amamentando deve ser feito por todos, segundo o tema deste ano, inclusive pelos vínculos empregatícios. Como a licença-maternidade dura quatro meses, conforme lei, é preciso subsidiar condições para que a mulher continue amamentando.
— É natural ter dúvidas, é natural ter dificuldades para amamentar, porque o que é divulgado é que é muito fácil, é muito simples. Mas não é. Quando começam as dificuldades, a mulher acha que o leite dela não é bom ou que ela não vai poder amamentar e acaba desistindo.
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Fernanda salienta que, apesar das dificuldades, é imprescindível que as mães continuem amamentando. A mulher deve ser empoderada e levada a acreditar que são capazes de amamentar. Além disso, o banco de leite da MDV também auxilia e orienta as mães que têm dificuldade em alimentar os bebês. A instituição atende ao público interno conforme demanda e externo por agendamento, pelo telefone (47) 3461-5700.
Agosto Dourado
Além da semana mundial de conscientização, foi instituída uma lei federal em abril deste ano que reconhece agosto como o mês do aleitamento materno. A cor dourada foi escolhida porque está relacionada ao padrão ouro de qualidade do leite materno.
— O leite materno é o padrão ouro para alimentação de recém-nascidos e por isso deve ser exclusivo até os seis meses — completa Fernanda.
O mês será dedicado à conscientização e mudança de comportamento, chamando atenção para a dificuldade enfrentada pelas mães na hora da amamentação.
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AÇÕES PARA COMEMORAR
Algumas atividades estão programadas para comemorar a semana e incentivar a conscientização. No dia 5 de agosto, no Parque das Águas, ocorre, a partir das 9h, a Hora do Mamaço. A cidade participa há quatro anos consecutivos da ação, que busca sensibilizar a comunidade para a importância do aleitamento materno.
Além da atividade, a Secretaria de Saúde do município oferecerá informações e orientações sobre o tema. Haverá distribuição de frutas e água, oficina de sling e atividades. No mesmo dia e local, acontece a Dança Materna, que pode ser feita em dupla ou em trio, com a participação dos pais.
No Centro Hospitalar Unimed (CHU), acontece a 16ª edição da Semana da Amamentação. Entre os destaques está a palestra Amamentação: benefícios para toda a vida, ministrada pela especialista em neonatologia Renata Gonçalves. O evento ocorre no dia 3 de agosto, às 19h, no auditório da unidade. Os interessados devem fazer as inscrições pelo e-mail comunicacao@unimedjoinville.com.br.
No Hospital Dona Helena ocorre, neste dia 1º de agosto, a palestra “Manejo do aleitamento materno: pega correta, postura da mãe e posição para o aleitamento”, ministrada pela enfermeira Cintia Vasques. Em seguida, a médica Renata Gonçalves abordará o tema “Mil dias e importância do aleitamento materno”. A nutricionista Gislaine Engelmann encerrará a noite com uma fala sobre “Benefícios do aleitamento materno para o lactente e lactante”. O evento terá início às 18h30.
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