A Escola Municipal Presidente Castello Branco se tornou a primeira unidade de Joinville a aderir o modelo cívico-militar. A transformação aconteceu ainda na metade do ano, mas a oficialização ocorre na próxima segunda-feira (6), em uma cerimônia realizada pela prefeitura.
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O processo para o município aderir ao programa nacional das escolas cívico-militares começou em janeiro, após sugestão da Secretaria da Educação e aceitação do prefeito Adriano Silva (Novo).
A definição da escola também aconteceu no primeiro semestre, já que a Castello Branco era a única que se enquadrava nos critérios do programa federal. Entre eles, estavam o atendimento apenas de alunos do ensino fundamental 2 (de 6º a 9º ano) e um número mínimo de estudantes – atualmente, são 680 na unidade.
Como o processo já estava formalizado junto aos ministérios da Educação e Defesa, a prefeitura decidiu dar início ao modelo ainda em junho, de acordo com Giani Magali da Silva de Oliveira, diretora executiva de Políticas Educacionais da Secretaria da Educação de Joinville.
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– Conversamos com a gestão da escola e a equipe para saber o que achavam, e eles entenderam que era um movimento importante. Também foi feita audiência online com professores e pais para apresentar o modelo. Então, fizemos uma eleição com os pais, se aceitavam ou não a parceria, e tivemos uma adesão bem grande – conta.
A parceria para o modelo cívico-militar tem duração de um ano, contados a partir de novembro. Após o período, o município avalia se permanece com a adesão, podendo prorrogá-la por período igual, com limite de até 36 meses.
Como funciona o modelo cívico-militar
O modelo da escola Castello Branco é diferente do existente nos colégios militares, implantados pelo governo estadual em Joinville e outras cidades catarinenses, e que têm nos quadros docentes a presença de militares e professores civis, além de serem administrados por gestores militares.
Nas escolas cívico-militares, a responsabilidade pela gestão permanece com a secretaria municipal de educação. Segundo a prefeitura de Joinville, o modelo “usa de preceitos militares para trabalhar a disciplina em um conceito voltado à questão comportamental dos alunos”. Além disso, são trabalhados valores morais e éticos.
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A escola Castello Branco tem 12 militares da reserva atuando desde julho na unidade: um oficial da gestão escolar, um oficial de gestão educacional e 10 monitores.
– Toda a equipe pedagógica é da Secretaria da Educação, o currículo é da rede, a diretora é nomeada e, dentro da hierarquia, ela é a responsável pela unidade. O trabalho dos militares é de monitorar, auxiliar e fazer tutoria das salas de aula – explica Giani.
Segundo ela, cada monitor é responsável por um número de turmas. Ele acompanha a aprendizagem e o comportamento dos alunos, podendo ajudar a resolver conflitos em sala de aula, como mediador e com a participação do professor.
Os militares ainda oferecem a sexta aula semanal para os alunos, na qual trabalham conceitos como solidariedade e respeito. A antiga banda da unidade, que estava desativada, também voltou a ser formada com a participação de 40 estudantes.
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“Estamos vendo melhorias”, diz presidente da APP
O presidente da Associação de Pais e Professores (APP) da escola Castello Branco, Cicero Dionei Vollmann, aprovou o novo modelo cívico militar desde que aconteceu a mudança. Segundo ele, já foi possível notar melhorias no dia a dia.
– Estamos vendo melhorias no comportamento em algumas coisinhas que notamos. Por exemplo, antes desse processo os alunos passavam pela gente e nem cumprimentavam, mas hoje em dia as crianças entram no colégio já dando “bom dia”. Existe um respeito maior – aponta.
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Vollmann conta também que os monitores entram em contato com os pais das crianças que faltam a escola para saber se há algum problema. Além disso, destaca que alguns hábitos têm sido retomados, como a execução do Hino Nacional e a fila para entrada dos alunos na escola.
– Muita gente pergunta se é um regime militar, mas não é nada disso. Eles pregam respeito, dedicação, companheirismo e acompanham muito as crianças. Os alunos que estão com problema de nota também estão tendo aula de reforço. Já é uma grande melhoria e acho que é só o começo – defende.
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De acordo com a diretora executiva de Políticas Educacionais da Secretaria da Educação de Joinville, os gestores acompanham a primeira experiência do modelo cívico-militar ma cidade para avaliar futuras adesões. No momento, também não há outra escola que se encaixe nos critérios do programa federal.
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